Para ajudar quase mil crianças abandonadas
Casa Pia constrói colégio em Setúbal
As obras de construção do Colégio da Casa Pia já começaram nos terrenos do edifício do Convento de São Francisco, em Setúbal. Orçadas em dois milhões e meio de contos, as obras de construção são financiadas através do PIDDAC/Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central, que neste primeiro ano disponibilizou uma verba na ordem dos 800 mil contos.
O trabalho no terreno implica a movimentação de terras, a construção de arruamentos e a edificação de muros em volta da propriedade que irá receber os edifícios do Colégio denominado de São Francisco. Isto cerca de três anos depois de assinado o protocolo com o Ministério da Solidariedade, para a construção de um colégio para as crianças sem família nos terrenos do velho Convento de São Francisco, um edifício que até há cerca de seis meses era ocupado por dezenas de famílias carenciadas.
Um compasso de espera que não deixa preocupado o provedor da Casa Pia de Lisboa, Luís Rebelo, que desdramatiza a situação ao referir a “morosidade” dos processos envolvendo concursos públicos para a elaboração dos projectos e a adjudicação das obras. É que, de acordo com este responsável, o complexo social que irá receber 700 crianças sem família da região “não é apenas a recuperação do velho convento” mas sim a construção de sete grandes edifícios que irão receber os cinco lares para os alunos internos, a escola de ensino profissional e o espaço para o ensino pré-primário e infantil.
Com uma previsão de fim de obras no prazo de dois anos, Luís Rebelo acredita que em 2002 “tudo estará pronto e a funcionar em pleno“, com cursos que vão desde a electrónica à hotelaria, de forma a “garantir uma boa saída profissional” aos jovens beneficiários. Mas como sabe que o distrito de Setúbal carece de equipamentos deste tipo, promete “abrir as portas” do colégio à medida em que os edifícios foram concluídos. Assim, o primeiro edifício a receber crianças será o infantário, seguindo-se os cerca de 100 alunos internos e, finalmente os dos cursos técnicos e profissionais.
Crente de que este novo equipamento “trará muitos benefícios” à região, Luís Rebelo estabeleceu já protocolos com as misericórdias e o Centro Regional de Segurança Social, com vista à captação das crianças mais carenciadas e ao co-financiamento da sua educação. De resto, esta será a única comparticipação oficial nesta obra social, uma vez que todas as despesas com o apetrechamento do colégio e a manutenção do complexo escolar correrão à responsabilidade da Casa Pia de Lisboa.