Edição Nº 117 • 27/03/2000 |
Vitória de Setúbal discute futuro do estádio Nos dias 6 e 13 de Abril, a direcção do Vitória de Setúbal irá promover reuniões preparatórias com os sócios, no sentido da discussão sobre o futuro do clube, que irá ocorrer na Assembleia Geral marcada para 18 do mesmo mês. Em cima da mesa estará a mudança de estádio, do Bonfim para o Vale da Rosa, no complexo desportivo municipal anunciado pela Câmara de Setúbal. De acordo com a direcção do clube, trata-se de uma decisão estratégica que poderá salvar o Vitória do sufoco financeiro em que se encontra, e que só será tomada com o acordo de todos os associados. O projecto do Vitória Futebol Clube para o século XXI poderá incluir a desactivação do estádio do Bonfim, para rentabilização daquele espaço no centro da cidade, e a passagem para o estádio a construir pela Câmara Municipal de Setúbal na zona de Vale da Rosa, integrado no Complexo Desportivo Municipal que deverá estar pronto em 2003. A afirmação é do vice presidente do Vitória, Mariano Gonçalves que, no entanto, garantiu ao “Setúbal na Rede” que tal projecto “só irá em frente com a aprovação dos sócios e depois de termos as chaves do novo estádio na mão”. E é por se tratar de uma decisão “muito importante para o clube e para a própria cidade” que a direcção do Vitória, presidida por Jorge Góes, quer “uma ampla discussão em volta deste assunto”, adianta Mariano Gonçalves ao afirmar que “contrariamente a anteriores direcções, esta não tem nada a esconder”. Razão pela qual se orgulha de chamar a cidade a decidir sobre o futuro do clube que ajudou a edificar. No projecto para o futuro do clube, Mariano Gonçalves garante a bondade da futura utilização do espaço agora ocupado pelo estádio do Bonfim, que compreende um total de 4,2 hectares. De acordo com este responsável, a actual direcção “jamais permitirá a construção de prédios ou de um centro comercial”, pelo que para rentabilizar é necessário arrendar e criar “espaços de lazer, turismo e comércio”. No entanto, garante que “quem aceitar estes pressupostos” terá ainda de aceitar a imposição do clube, de que “os ex-libris do Vitória”, nomeadamente o Bingo e o museu do clube, “não vão mudar de sítio”. Crente de que a rentabilização do espaço do actual estádio, em áreas ligadas ao sector terciário, “é a única forma do Vitória ultrapassar a derrapagem financeira” com que a actual direcção se deparou ao tomar conta do clube, este responsável lembra que o Vitória “tem receitas de 30 e despesas de 70”, o que faz desta “uma situação insustentável” para o clube do Bonfim. Garantindo que a actual situação se deve a “más gestões de anteriores direcções”, o vice presidente do Bonfim diz que actualmente “o clube não tem dinheiro nem campos para vender”, vendo-se ainda, por essa razão, na contingência de treinar em campos da autarquia. Por essa razão, defende o novo estádio – que terá campos de treinos e um centro de estágios – e uma solução de rentabilização do Bonfim que, no seu entender, permitiria ao Vitória “ser auto-sustentável e não andar sempre de mão estendida”. |