Mata Cáceres emenda a mão
Tarifário da água não vai subir 7%
O ‘chumbo’ da proposta da maioria socialista de Setúbal, para um aumento de 7% no preço da água ao consumidor, levou a Câmara a rever o documento e a admitir que estava “mal formulado”. Assim, será levada à próxima sessão pública uma proposta de aumento de 3,99% e, segundo o presidente da autarquia, se a oposição reprovar, será “responsabilizada” pelos problemas que isso irá criar.
“Reconheço que não fomos felizes” na formulação da proposta que acabou rejeitada pelos vereadores do PSD e da CDU, para aumentos de 7% no tarifário da água, porque a proposta estava “formalmente mal feita”. A afirmação é do presidente da Câmara de Setúbal, o socialista Mata Cáceres, que no dia 30 de Março admitiu em conferência de imprensa ter detectado um erro no documento.
No entanto, avisou que a água vai mesmo aumentar e que a proposta de aumento será levada à próxima sessão pública, com um valor de 3,99%, pelo que se não for aprovada pela oposição esta será “responsabilizada” pelas consequências. A Câmara não vai pagar a diferença à empresa concessionária – a Águas do Sado – se a proposta for recusada, pelo que Mata Cáceres vai já avisando que caberá à empresa “reclamar junto dos tribunais”.
Como, pelo contrato de concessão estabelecido, a Câmara é obrigada a compensar a Águas do Sado pela perda das receitas advindas do aumento do preço da água, o diferencial vai ter que ser retirado da renda que a autarquia recebe da empresa. Uma situação que Cáceres não está disposto a aceitar com estes novos aumentos de 3,99%.
O recuo da maioria socialista ocorreu um dia depois da polémica ter estalado, com os vereadores do PSD e da CDU a considerarem os aumentos de 7% “um escândalo”, especialmente se comparados com a inflação e os aumentos salariais previstos e com a subida da água verificada no ano passado, que andou pelos 5%.
De acordo com a oposição, este caso poderia ter sido evitado se “o executivo desse ouvidos aos outros vereadores”. Segundo a vereadora social democrata Ana Isabel Alves, “o aumento poderia ter sido renegociado na altura”, uma vez que o PSD e a CDU pediram a suspensão da proposta para “uma análise mais profunda” do documento.
Ana Isabel Alves acusa mesmo o executivo PS de “falta de diálogo” por ter rejeitado a retirada da proposta numa altura em que a CDU e o PSD se mostravam “disponíveis para negociar os valores”.