Comunistas de Setúbal contra política ambiental
Acusam o Governo de penalizar a península
A península tem graves problemas ambientais para resolver o Governo “não faz nada contra isso”. Esta é uma das conclusões do encontro O Homem e a Natureza na Península de Setúbal, promovido no dia 30 de Março pela Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) do PCP e onde participaram ambientalistas e representantes das autarquias. Acusando a administração central de penalizar a península, os comunistas exigem medidas concretas para melhorar a qualidade de vida na região.
Num distrito pioneiro no abastecimento de água e na implementação da rede de saneamento básico “não se compreende como é que ainda se espera a criação da rede de estações de tratamento de águas residuais”. A afirmação é do dirigente da DORS, Jorge Pires, um dos intervenientes do encontro de dia 30 em Setúbal.
Segundo este responsável, o actual ministro do Ambiente, José Sócrates, que foi secretário de Estado na anterior legislatura, “procura aparecer como grande salvador” para resolver os problemas do saneamento e do ambiente na península de Setúbal mas até agora “não tem havido qualquer mostra de trabalho” nesse sentido.
É que, contrariando as “provas dadas de trabalho e competência das autarquias”, nesta área e “com resultados reconhecidos pelos índices de abastecimento de agua e rede de esgotos”, a posição do Governo “continua a ser a de ignorar as necessidades das populações” ao nível do tratamento dos resíduos urbanos, dos resíduos industriais e da protecção dos estuários do Tejo e do Sado.
Defendendo que ao Governo deve caber o papel de incentivo e de apoio destas acções “e não o de atrapalhar o processo de desenvolvimento da região”, Jorge Pires continua a exigir “financiamentos efectivos do Quadro Comunitário de Apoio” e de outros instrumentos de financiamento para a construção da rede de ETAR’s da península, bem como a garantia de financiamento com as regras do anterior Quadro Comunitário de Apoio para os projectos entregues durante a vigência desse mesmo quadro.
Neste sentido, os comunistas lançam um apelo à população para que se mobilize, “lute e apoie as autarquias locais contra a penalização política de que é alvo a península de Setúbal” que só no que diz respeito aos resíduos industriais – em conjunto com o distrito de Lisboa – é a responsável pela produção de cerca de 50% dos resíduos existentes do país.