Governo e SONAE assinaram contrato
40 milhões de investimento em Tróia
No dia 16 de Maio, Tróia foi palco da assinatura do Contrato de Investimento de Empresas do Grupo SONAE com o Estado, que tinha sido aprovado em Conselho de Ministros a 6 de Abril. Cerca de 40 entidades públicas estiveram envolvidas no processo até se chegar a um consenso, depois de ter sido aberto concurso em Novembro de 1996. Agora, com a SONAE, a recuperação turística da Torralta promete ir em frente.
De acordo com o secretário de Estado do Turismo, Vítor Cabrita Neto, as obras de reconversão turística da Torralta estão orçadas em 40 milhões de contos, estando prevista a construção de um casino, um parque aquático, uma marina, um centro de congressos, um eco-ressorce e um campo arqueológico entre outras infraestruturas. A recuperação das ruínas de Tróia será um trabalho conjunto entre a SONAE e o IPA, Instituto do Património Arquelógico.
Como consequência deste investimento, o Estado prevê a criação de cerca de 2000 postos de trabalho directos, o que deverá reduzir em 8% a taxa de desemprego no distrito. Para o presidente da Câmara de Grândola, Fernando Travassos, “a melhor maneira de valorizar este momento é não esquecer o passado em que a destruição esteve quase iminente”.
O autarca considera este um projecto “exemplar”, a nível ambiental, económico e social, “onde todas as empresas estão articuladas com a administração local e central”. Nas palavras do edil, a assinatura do contrato não é o fim de um processo, mas o inicio da recuperação da Torralta, “através de uma relação de cooperação e entendimento com Belmiro de Azevedo e outros investidores possíveis”.
De acordo com Fernando Travassos, “as sinergias em torno deste projecto são fundamentais”, tendo em conta a necessidade de “manter as pessoas no Alentejo”. Para isso “há que criar condições de acessibilidade e infra-estruturas”, partindo para projectos “integrados e sustentados, como sucede com o Plano Regional de Ordenamento do Território do Litoral Alentejano”, PROTALI. Preocupado com a qualidade do emprego, o autarca salientou a necessidade de formação profissional para os futuros funcionários.
Questionado acerca da longa duração de todo este processo, Belmiro de Azevedo, explicou que se trata de um critério de funcionamento da SONAE. Durante estes três anos ocorreu “uma rotação de quadros, com transmissão de conhecimentos entre as pessoas que deixavam e assumiam os cargos”, para além do facto de que “para investir milhões de contos é necessário que todos estejam de acordo para que não hajam paragens na edificação do projecto”.
Razão pela qual, a construção das novas infra-estruturas e a destruição de outras só terá inicio dentro de 5 a 6 meses, visto faltar ainda aprovar ainda algumas directrizes através do estudo do impacte ambiental em curso. No que diz respeito ao ambiente, o patrão da SONAE defendeu a protecção desta mais valia como política para o futuro, assumindo por outro lado que a recuperação das ruínas é outra das apostas para acabar com o turismo sazonal em Tróia.