Jornadas do Milénio sobre transportes
Oradores defendem renovação do espaço urbano
Os transportes colectivos de alta velocidade e a qualidade dos mesmos foram os temas abordados nas IV Jornadas do Milénio, realizadas no Instituto Politécnico de Setúbal no dia 25 de Maio. Organizado pela Escola Superior de Tecnologia, o encontro sobre transportes apontou para uma maior generalização dos transportes colectivos nos próximos anos.
A evolução dos transportes colectivos urbanos, desde o seu aparecimento no século XVII, até aos nossos dias, foi relatada pelo professor Ruy Mesquita, do Instituto Superior Técnico, salientando-se à partida a importância cada vez maior daquele tipo de transporte para pequenas distâncias.
Segundo Pelágio Castelo Branco, General da Força Aérea Portuguesa, e outro dos oradores presentes, a tendência até ao ano de 2050 resume-se a um aumento absoluto de pessoas transportadas, o que corresponderá a um incremento da utilização de transportes colectivos de alta velocidade e comboios com propulsão magnética.
De acordo com este responsável, tal cenário corresponderá a uma grande quebra nos transportes ferroviários de baixa velocidade. Por outro lado, prevê que a utilização dos autocarros se mantenha e que se verifique uma fraca redução da utilização do transporte particular.
A renovação do espaço urbano é para Filipe Didelet, professor do IPS e responsável pela organização das Jornadas, extremamente importante porque permite que a construção das cidades “facilite a circulação de transportes colectivos e diminua o uso do automóvel em pequenas distâncias nas urbes”.
Esta situação reporta os intervenientes também para o problema do ambiente. O uso de combustíveis não poluentes está, diz Filipe Didelet, a alargar-se e verifica-se que “os óleos normalmente utilizados na cozinha e até mesmo o hidrogénio, são cada vez mais considerados factores extremamente importantes” como forma de reduzir os combustíveis derivados do petróleo.
De acordo com os participantes no encontro, as perspectivas não parecem desanimadoras já que num futuro próximo espera-se que o automóvel “seja visto como meio de transporte colectivos para distâncias curtas”. Até porque a qualidade tem vindo a melhorar, nas palavras do professor do IPS, “o que se pode verificar por exemplo, no comboio da ponte 25 de Abril”.