[ Edição Nº 127 ] – Manifestantes contra co-incineração agridem vereador da Câmara de Setúbal.

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Co-incineração leva Setúbal à ira
Vereador agredido por manifestantes

        O vereador do pelouro da Habitação da Câmara de Setúbal, Soares Feio, foi agredido por um grupo de manifestantes integrados no cordão humano que atravessou a baixa da cidade contra a co-incineração de resíduos industriais na cimenteira da Secil. Os ânimos exaltaram-se e a presença de Soares Feio foi considerada uma afronta, uma vez que o autarca é defensor convicto da co-incineração na fábrica de cimento instalada na Serra da Arrábida.

No final da iniciativa que levou cerca de duas mil pessoas à rua para um cordão humano que ligou o Largo da Misericórdia à Praça de Bocage, envolvendo a baixa comercial da cidade, um grupo de manifestantes revoltou-se contra a presença do vereador do Ambiente da Câmara de Setúbal na manifestação que se seguiu frente ao edifício dos Paços do Concelho. Soares Feio foi violentamente empurrado e agredido com socos nas costas enquanto prestava declarações a um canal de televisão.

A ira dos manifestantes era tanta que as tentativas de diversos elementos do

de Cidadãos pela Arrábida para acabar com a violência acabaram por não resultar, tendo o autarca sido alvo de violência verbal e física durante o trajecto que o levou à avenida 5 de Outubro. A situação só acalmou com o reforço policial entretanto solicitado pelos agentes da PSP de serviço à manifestação, tendo os agentes retirado Soares Feio sob escolta.

O vereador garantiu ter sido agredido por várias vezes “com socos nas costas” e classificou os agressores como “um grupo de arruaceiros“. Para Soares Feio o que se passou na Praça de Bocage “dá uma imagem de Setúbal que não corresponde à realidade“. Contrariando a ideia de que ter-se-á deslocado à Praça de Bocage com intenções provocatórias face aos quase dois mil manifestantes contra co-incineração, Soares Feio afirma que foi a convite da RTP para, juntamente com um elemento dos Cidadãos pela Arrábida, manifestar a sua posição sobre a queima dos resíduos tóxicos na Secil.

O Grupo de Cidadãos pela Arrábida, que tentou proteger Soares Feio até à saída da Praça de Bocage, lamenta os incidentes que envolveram o autarca setubalense uma vez que Soares Feio “tinha todo o direito de estar no local“. Contudo, Maurício Costa sempre vai dizendo que face aos protestos “devia saber que isto poderia acontecer“. Apesar do incidente, os Cidadãos pela Arrábida congratulam-se com o impacto do cordão humano e da manifestação que se seguiu e garantem que a adesão da população “ultrapassou todas as expectativas“.

O cordão humano contra a co-incineração na Secil juntou várias personalidades da região, como os deputados do PSD eleitos por Setúbal, o social democrata Almeida Lima, ex-governador civil, deputados do Bloco de Esquerda e de Os Verdes, eleitos do PCP e do PSD na Câmara de Setúbal, o presidente da Associação de Municípios do Distrito de Setúbal (AMDS) e da Câmara de Palmela, Carlos de Sousa, a Comissão Sindical dos Trabalhadores da autarquia palmelense e dezenas de sindicalistas ligados à União de Sindicatos de Setúbal.