Para comemorar 100 anos de trabalho
Hospital do Outão põe fim a listas de espera
Na semana das comemorações dos cem anos de abertura de portas ao utentes, ocorrida a 6 de Junho de 1900, o Hospital Ortopédico do Outão promete acabar com as listas de espera para a cirurgia. As medidas estão já em curso, através do programa nacional do Ministério da Saúde e, de acordo com o director daquela unidade, as listas de espera deverão acabar dentro de um ano e meio a dois anos.
O actual cenário de doentes que chegam a esperar um ano por uma intervenção cirúrgica, nomeadamente no que diz respeito a operações relacionadas com a anca, o joelho ou a coluna vertebral, vai ser ultrapassado dentro de um ano e meio a dois anos. A afirmação é do director do hospital, Lacerda Cabral ao adiantar que, na prática a ideia é “manter os blocos operatórios abertos para além da hora normal” e dar vazão à quantidade de doentes em lista de espera.
Uma medida que, no entender deste responsável, vem atenuar os efeitos da espera prolongada, permitindo que no espaço de um ano sejam efectuadas mais 150 intervenções cirúrgicas para além das que habitualmente são praticadas. Com uma previsão de operações a mais na ordem dos 15 doentes por mês, nomeadamente nas duas especialidades mais solicitadas, Lacerda Cabral está optimista quanto aos resultados finais desta medida financiada pelo Ministério da Saúde, através da Sub Região de Saúde de Setúbal da Administração Regional de Saúde, a entidade que paga aos médicos e aos técnicos as horas extra que a partir de agora irão praticar nos serviços ligados a estas cirurgias.
Uma ajuda que é bem vinda para o hospital que assim evita despesas suplementares com o orçamento de dois milhões de contos de que dispõe. Em saúde “o dinheiro nunca chega”, garante este responsável que no entanto, não se queixa de falta de verbas para gerir o hospital. Neste caso, garante Lacerda Cabral, o que há a fazer é “gerir o que existe” e, neste aspecto, está tranquilo de que a tarefa de gerir um dos melhores hospitais ortopédicos do país tem dado resultados positivos.
Disposto a manter o hospital com o estatuto de um dos melhores do país, Lacerda Cabral promete o incremento de novas medidas tendentes a uma melhor satisfação dos doentes, por isso prepara para breve um conjunto de alterações como a criação de uma sala de cirurgia em ambulatório para os casos menos graves, o que permitirá a disponibilização do outro equipamento para as situações mais emergentes.
Mas as intervenções parecem não ficar por aqui neste ano de viragem para aquela unidade, uma vez que em fase de projecto estão já outros investimentos, como é o caso da revisão do quadro de pessoal, nomeadamente através da aquisição de novos anestesistas e ortopedistas, o que no Outão se torna premente tendo em conta que se trata de um hospital de âmbito regional.
De acordo com os números, as 110 camas do Hospital Ortopédico do Outão servem todo o sul do país com uma média de 25 mil consultas por ano, a que se juntam as cerca de 16 mil consultas efectuadas pelos especialistas desta unidade nos serviços de ortopedia do Hospital Distrital de Setúbal. Nas contas da direcção estão ainda 24 mil intervenções cirúrgicas. No plano de melhoramento dos serviços daquele hospital consta ainda um novo serviço de radiologia, agora em fase de projecto e que, de acordo com Lacerda Cabral, poderá mesmo ser implementado dentro de cerca de um ano.
Entretanto, as comemorações dos 100 anos de funcionamento do Hospital do Outão começam no dia 6 de Junho com uma missa em memória de todos os que lá trabalharam. Estendendo-se até Dezembro, o programa das comemorações vai contar com actividades que vão desde o festival de folclore, previsto para o dia 22 de Junho, até às Jornadas Nacionais de Medicina Física e de Reabilitação, marcadas para 6 e 7 de Dezembro, e a uma sessão solene comemorativa do 100º aniversário, em Setembro, com a presença da ministra da Saúde, Manuela Arcanjo.