[ Edição Nº 130] – PEDEPES apresenta diagnóstico prospectivo para discussão.

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Diagnóstico do PEDEPES em discussão
Conselho Geral deve pronunciar-se até Julho

         A equipa de especialistas responsável pela elaboração do diagnóstico prospectivo do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Península de Setúbal (PEDEPES), apresentou o trabalho final no dia 20 de Junho, em Setúbal, perante uma plateia recheada de agentes educativos, económicos e do poder local, e representantes das instituições oficiais da região. A ideia foi apresentar os primeiros resultados do estudo e colocá-lo à discussão quer do Conselho Regional quer da sociedade civil, no sentido de captar sugestões e ideias que possam enriquecer o documento que será a base da estratégia do plano regional.

As capacidades e as deficiências da península de Setúbal, ao nível da indústria, do tecido empresarial, da mão de obra, da agricultura, pescas e meio ambiente, foram alguns dos temas abordados pelos vários estudiosos. Liderados por Jorge Santos, que ao longo dos últimos meses elaboraram o diagnóstico prospectivo que determinará os objectivos específicos no sentido do desenvolvimento equilibrado da região.

Apesar de algumas dificuldades ao nível dos dados estatísticos com que os técnicos se confrontaram, Jorge Santos diz ter sido possível a recolha de elementos de maneira a dar um retrato dos problemas e dos potenciais da região. E pelas contas feitas durante a apresentação do documento, Setúbal dispõe de grande potencial ao nível da indústria de ponta, nomeadamente no que diz respeito à electrónica e do sector automóvel, pelo que defende que este tem de ser “um dado a ter em conta”.

Embora considerem ser demasiado cedo para apontar caminhos específicos em relação ao investimento futuro no distrito, uma vez que o diagnóstico prospectivo ainda terá de ser sujeito à apreciação de todos os parceiros deste projecto, os técnicos sempre vão adiantando apostas como as acessibilidades, a promoção da relação entre cidade/campo e a preservação dos valores culturais da região e a protecção das classes sociais e etárias mais desfavorecidas.

Ao nível do investimento, o estudo aponta para o crescimento das pequenas e médias empresas, para uma indústria mais limpa e para capacidade endógena de Setúbal acolher o turismo ambiental. E foi este um dos aspectos que mais preocupou os participantes no encontro que avivaram receios sobre as consequências de uma eventual co-incineração de resíduos tóxicos na Arrábida, da vinda dos estaleiros da Lisnave para Setúbal e da “desordem” entre o sector industrial no que se refere ao respeito pelo princípio do poluidor/pagador.

Ao longo das 45 páginas de que é composto o sumário executivo do relatório da equipa técnica, é ainda referido que o modelo de crescimento que a região seguiu ao longo da última década “está esgotado”. Por isso propõe-se, entre outras medidas, a necessidade de apostar na promoção do emprego, na formação dos trabalhadores, na competitividade da região e na assunção da península como um motor do desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo.