[ Edição Nº 130] – Junta de Freguesia do Sado quer investigação à queda de partículas.

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Poluição atmosférica em Setúbal
Sado quer investigação à queda de partículas

          A Junta de Freguesia do Sado, em Setúbal, vai pedir à Direcção Geral do Ambiente para analisar as partículas negras que recentemente caíram nas localidades de Faralhão, Santo Ovídio e Praias do Sado. A decisão surgiu depois da reunião ocorrida no dia 23 de Junho entre a autarquia e os responsáveis da central termoeléctrica de Setúbal, onde foram apresentados os resultados das análises que a Companhia Portuguesa de Produção de Electricidade (CPPE) realizou às partículas e que eliminam a central como origem da emissão.

O presidente da Junta de Freguesia do Sado, Eusébio Candeias, não ficou satisfeito com os argumentos apresentados pela CPPE no que respeita à queda de partículas em várias localidades daquela freguesia e continua a atribuir a responsabilidade da poluição atmosférica à central termoeléctrica de Setúbal.

Segundo o autarca de freguesia, a unidade colocou em funcionamento uma caldeira e uma turbina, na madrugada de dia 18 de Junho, o que coincidiu com a queda de partículas pretas naquela zona. Eusébio Candeias acrescenta que há semelhanças entre as partículas encontradas na semana passada e aquelas que a central emitia ocasionalmente antes de terem sido instalados os filtros electroestáticos, há sete anos atrás.

Na altura, os pequenos fragmentos pretos que caíram sobre a freguesia queimaram a pintura dos veículos dos moradores da zona, entre outros prejuízos. “Eles têm os argumentos mas nós temos os factos que são as partículas”, conclui Eusébio Candeias. O presidente da Junta de Freguesia refere que foram contactadas várias empresas localizadas na proximidade, mas todas garantiram que nada têm a ver com a situação.

Para o autarca, o acto de poluição atmosférica não pode ficar impune e, por essa razão, a Junta de freguesia vai enviar à Direcção Geral do Ambiente as amostras das partículas recolhidas na semana passada. Por seu lado, a CPPE acredita que a central termoeléctrica não foi a fonte de emissão de poluentes, uma vez que a empresa não detectou qualquer avaria. E acrescenta que as partículas que poderiam ser emitidas pela central seriam cinzentas e húmidas, enquanto aquelas que foram recolhidas são pretas e secas.