Sarilhos não esquece ponte da discórdia
Comissão quer inundar Montijo de postais
A partir desta semana, a Câmara do Montijo poderá ser inundada com mais de cinco mil postais exigindo à presidente do município o desembargo da obra de melhoramento da ponte de Sarilhos. A ideia foi da Comissão Pró-Ponte que pretende levar Maria Amélia Antunes a rever o embargo à única via que liga as duas freguesias de Sarilhos, uma no concelho de Montijo e a outra no da Moita.
O caso já dura há mais de um ano, com a presidente socialista do Montijo a não deixar a obra da Câmara da Moita ir em frente por razões ambientais, uma vez que a ponte situa-se em terras montijenses e, por seu lado, a Câmara comunista da Moita a argumentar que o projecto de Montijo para a via é que faz perigar o ambiente.
No meio da contenda estão milhares de moradores das duas freguesias, que segundo conta a Comissão Pró-Ponte, “a única coisa que querem é poder atravessar aquilo para fazer a sua vida normal”. A argumentação é do presidente da Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes, no Montijo, António Miguel, que também dirige a comissão de cidadãos.
E como a presidente montijense “mantém-se irredutível, apesar de cada vez mais só” na decisão de aplicar o seu plano de travessia, António Miguel garante que a população “vai inundar a Câmara de postais exigindo a resolução do problema”. O autarca de freguesia diz mesmo não compreender a posição de Maria Amélia Antunes “a não ser motivada por uma birra política contra a Câmara da Moita”, dirigida pelo PCP.
Isto tendo em conta que, de acordo com este responsável, “desde o Ministério do Ambiente aos grupos parlamentares, incluindo o do PS, todos deram razão à população e classificaram o plano de Montijo danoso para o ambiente”. E António Miguel recorda que o projecto elaborado e começado, no terreno, pela Câmara da Moita, “tem ainda o parecer positivo da Administração do Porto de Lisboa e da própria Quercus”.
A obra que ficou a meio devido ao embargo declarado pela Câmara de Montijo, inclui passagem de veículos e de peões porque, no entender de António Miguel, “se a população não se deslocar a Sarilhos Pequenos fica sem equipamentos”, uma vez que a freguesia a que preside “não dispõe de farmácia nem posto de socorro”.
Crente de que a razão está do lado da Comissão Pró-Ponte, este grupo de cidadãos vai ainda apresentar uma queixa aos provedores de Justiça português e da União Europeia e ainda lançar uma carta aberta à população no sentido de dar a conhecer a actual situação.