Taxistas frente ao Governo Civil
Pela satisfação do caderno reivindicativo
Mais de uma centena de táxis oriundos de todo o distrito interromperam o trânsito na avenida Luísa Todi, uma das mais movimentadas da cidade de Setúbal. Foi uma manifestação de força dos motoristas, simultaneamente em todas as capitais de distrito, revoltados contra a falta de resposta a uma petição feita em Fevereiro ao Governo e a não satisfação do caderno reivindicativo da classe.
Convocada pela ANTRAL, Associação Nacional dos Transportes Rodoviários de Automóveis Ligeiros, a manifestação ocorrida no dia 19 de Junho teve por objectivo protestar contra “a falta de diálogo do Governo”, refere Albertino Silva, desta associação, uma vez que ainda não foi dada qualquer resposta à petição entregue nas mãos do Primeiro Ministro.
Em causa está a exigência de alteração da nova lei que prevê a renovação das carteiras profissionais de cinco em cinco anos e a frequência de um curso de 200 horas para a renovação do título. Para além disso, os taxistas rejeitam a medida que proíbe o exercício da profissão com automóveis com idade igual ou superior a 12 anos. No entender da ANTRAL, “devem ser as inspecções técnicas a determinar” o não uso dos veículos.
Convencido de que “tais medidas não fazem sentido”, Albertino Silva exige a reformulação da lei e quer que a renovação da carteira profissional seja feita independentemente de qualquer acto de formação uma vez que este implica “custos acrescidos e tempo gasto” pelos profissionais do sector.
Por outro lado, os taxistas contestam a carga fiscal que lhes é imposta anualmente, razão pela qual pedem mais justiça fiscal para o sector através da extinção do Imposto Automóvel e da criação de um imposto único em substituição do IRC, IVA e IRS. Os taxistas querem ainda a integração no Sistema Nacional de Saúde, a promoção do combate aos clandestinos e o direito à colocação de publicidade nos tejadilhos das viaturas.