[ Edição Nº 130] – Estuários do Tejo e Sado em risco devido à poluição.

Estuários do Tejo e Sado super poluídos
RNET receia consequências na saúde pública

         Os estuários do rio Tejo e do rio Sado estão a ser alvo de actividades poluentes que poderão pôr em causa o futuro destas duas massas de água. A ideia do director da Reserva Natural do Estuário do Tejo, Antunes Dias, foi lançada durante um encontro de autarcas e entidades ligadas ao desenvolvimento da região, integrada na elaboração do PEDEPES. Mas dos dois estuários o que mais perigo apresenta é o do Tejo por culpa das indústrias à beira rio.

Se não for feita uma intervenção rápida no sentido de fazer baixar os níveis de metais pesados no estuário do

Tejo, a situação que actualmente se vive “põe em causa a saúde pública”. A afirmação de Antunes Dias tem como fundamento alguns estudos na posse da RNET, que segundo adianta, indicam que as amostrar recolhidas recentemente apresentam, a nível bacteorológico, “mais de sessenta mil coliformes fecais por quilo de carne” dos moluscos estudados.

Um número que, do ponto de vista científico, é astronómico e preocupante, adianta o director da RNET, uma vez que os metais pesados passam para o organismo humano por via da cadeia alimentar. Ainda de acordo com este responsável tal situação deve-se à presença de “inúmeras indústrias poluentes” nas margens do rio Tejo, pelo que alerta para o perigo do mesmo estar a acontecer com o estuário do Sado que agora se prepara para receber, na Mitrena, os estaleiros da Lisnave.

Uma situação para a qual os ambientalistas têm vindo a alertar ao longo dos últimos anos, nomeadamente no que diz respeito à falta de medidas tendentes à redução da poluição proveniente das indústrias, da agricultura e das pisciculturas e que o estuário do Sado recebe sem tratamento prévio.

Preocupado com o futuro dos estuários do Tejo e do Sado, o director da RNET avisa ainda que os resultados da crescente poluição destes dois ecossistemas “estão já a verificar-se” através do desaparecimento de algumas espécies e da “redução drástica” dos recursos pesqueiros, nomeadamente no que diz respeito ao pescado que chega à lota de Setúbal.

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