Edição Nº 131 • 03/07/2000 |
Comunistas voltam a agitar co-incineração A Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) do PCP organizou mais uma acção de sensibilização contra o processo de co-incineração na Serra da Arrábida. “Setúbal vencerá e a co-incineração não passará”, foi a palavra de ordem mais ouvida durante as intervenções de várias personalidades do PCP na manifestação ocorrida no dia 30 de Junho no Largo da Misericórdia, em Setúbal. Entre os manifestantes estava a vereadora comunista da autarquia sadina, Regina Marques, que afirmou que “o PS do concelho está cada vez mais isolado”. Por seu lado, João Bárbara do grupo de Cidadãos pela Arrábida, esteve presente na figura de “cidadão independente”, e alertou para “a falta de ética e de responsabilidade” com que o Governo tem tratado a população setubalense, salientando que “temos de ser cautelosos com este adversário que quer por em causa a saúde pública”. João Bárbara apelou ainda à união da população, independentemente dos partidos, pois “estamos todos a lutar pela mesma causa”. A deputada Odete Santos, eleita por Setúbal, procedeu ao encerramento das intervenções e considerou flagrante que havendo um plano estratégico para o desenvolvimento económico e social, e que em relação à península de Setúbal está centrado na qualidade ambiental e no investimento em relação ao turismo, “este não seja compatível com o processo de co-incineração que querem instalar em pleno Parque Natural da Arrábida”. A deputada afirma também ser escandaloso “o Governo ter-se escondido atrás da Comissão Cientifica” que, na sua opinião, “excedeu o mandato pois ninguém lhe pediu para dar parecer sobre o local da instalação da co-incineração, mas sim, para estudar os vários processos de tratamento dos resíduos”. Odete Santos referiu ainda que o que se pretende “é que a Secil saia dali porque tem estado a comer a Serra ao longo dos anos e já é tempo de parar”, isto para que o distrito tenha a garantia de que “vai deixar de ser o caixote do lixo do país”. No comunicado que circulou durante a concentração, o PCP acusa o PS, no poder na Câmara Municipal de Setúbal, de apoiar o ministro do Ambiente e pôr em segundo plano a população e os interesses do concelho. Na altura o Governador Civil não foi poupado a criticas, tendo sido Alberto Antunes acusado de assumir o papel de ‘Yes Man’ em relação ao Governo. No mesmo comunicado, o PCP afirma ainda que Alberto Antunes não tem condições para continuar com as actuais responsabilidades institucionais e que a solução passa pela demissão do Governador Civil. |
Carla Figueiras [email protected] |