PEC/Tejo e Câmara assumem parceria
700 mil para matadouro de Setúbal
Cerca de setecentos mil contos é quanto vão custar as obras de recuperação e relançamento do matadouro de Setúbal, cujo início está previsto para este ano, permitindo que dentro de oito a nove meses aquele equipamento possa servir grande parte dos produtores e comerciantes de carne da península de Setúbal e da região de Lisboa. A novidade foi avançada a 27 de Junho pela PEC/Tejo, durante um encontro com os jornalistas para dar a conhecer a nova parceria da Câmara de Setúbal no relançamento deste empreendimento cujas portas estão fechadas desde Maio de 1999 por manifesta desadequação e decadência das instalações.
Entendido como fundamental para a economia da região, uma vez que se trata do único matadouro a sul do Tejo, o equipamento abrirá as portas com mais cerca de 70 postos de trabalho e terá capacidade para o abate semanal de 300 bovinos, 1600 ruminantes, 1000 suínos e 2600 equídeos. Uma dinâmica que Carlos Rego crê ser de “vital importância” para o mercado regional, especialmente tendo em conta que o matadouro é a ‘peça’ que faltava no ciclo de produção, tratamento e comercialização no sector da pecuária na Região de Lisboa e Vale do Tejo.
Carlos Rego diz-se satisfeito com a parceria assumida pela autarquia setubalense, que se traduziu na aquisição de uma pequena parte do capital social da nova empresa, a Sociedade Industrial de Carnes da Arrábida, SA, a constituir entre a PEC/Tejo e diversos produtores nacionais e regionais de suínos, bovinos, ovinos e caprinos, comerciantes e industriais de carne.
E embora a participação da Câmara de Setúbal na sociedade seja “meramente simbólica”, como afirmou o presidente da autarquia, Mata Cáceres, o certo é que Carlos Rego garante ser esta uma dinâmica geradora de “muitas dinâmicas” tendo em conta que “a presença do município” neste projecto é um factor de segurança e de garantia de qualidade junto dos outros parceiros.
Com o objectivo de promover a capacidade empresarial e comercial do distrito, a PEC/Tejo afirma que este projecto garante uma capacidade de abate e de desmancha superior à do velho matadouro setubalense, bem como maior oferta “em espaço e em qualidade” no que se refere à estabulação das espécies a abater. De acordo com Carlos Rego, trata-se de um investimento a longo prazo já que graças à forma como foi concebido, este equipamento “dispõe de meios para triplicar o número de abates” nos próximos anos.
Uma ideia que, de resto, parece ser o caminho mais provável a tomar, tendo em conta a estratégia da nova empresa relacionada com a futura abertura ao mercado dos países membros da União Europeia. Uma porta que, aliás, fica aberta, através da homologação do equipamento por parte da Comissão Europeia. Um caminho de internacionalização que, ainda segundo este responsável, será acompanhado pela progressiva redução da participação do Estado na empresa, com vista a uma privatização gradual e a uma maior assunção de responsabilidades por parte dos parceiros estratégicos.
A reabertura do matadouro de Setúbal poderá colocar um ponto final no ‘sufoco’ registado pelas indústrias e empresas do ramo ao longo do último ano, tendo em conta que a falta de um equipamento deste tipo forçou a realização de abates nos matadouros de Sousel e de Beja.