PSD Almada muda de mãos
António Salgueiro quer ‘arrumar a casa’
As eleições para a Secção Política do PSD no concelho de Almada, realizadas no dia 8 de Julho, repetiram o duelo de há dois anos entre Elísio Pinto e António Salgueiro, mas desta vez Salgueiro levou a melhor e venceu o anterior presidente por 153 votos contra 81. Uma margem animadora, confessa o novo dirigente, que não se esquece de que nas anteriores eleições ficou atrás de Elísio Pinto apenas por um voto. Agora quer ‘arrumar a casa’ e assume-se como homem de projectos com os olhos postos nas eleições autárquicas.
Disposto a continuar o trabalho iniciado nos mandatos entre 1991/1993 e 1996/1998, António Salgueiro manifesta-se satisfeito com “o voto de confiança” dos militantes daquela que é considerada a mais poderosa posição social democrata do distrito. Um voto de confiança que, segundo contou ao
“Setúbal na Rede”, deve-se “à constatação de que o trabalho da anterior direcção não levou a lado nenhum”.
Antes pelo contrário, afirma o novo presidente ao garantir que “as coisas estão piores do que estavam há dois anos”. E como exemplo, aponta a possibilidade de encerramento da Secção e do fecho do Núcleo da Charneca da Caparica, cujos proprietários pretendem reaver os edifícios até ao final deste mês.
Quem também se diz preocupado é o presidente da Distrital do PSD, Luís Rodrigues, que está disposto a reunir com o novo presidente da Secção no sentido de encontrar soluções rápidas. Para já, garante que o PSD não pode ficar sem instalações e que tal seria “impensável” num concelho cujos militantes tanto pesam para o partido laranja.
E a ideia aplica-se tanto ao Núcleo da Charneca fechado deste finais de Maio como à Secção de Almada, cujo avanço do processo Rodrigues admite não conhecer em profundidade. Seja como for, o presidente da Distrital recusa-se a perder dois dos mais importantes focos da dinâmica social democrata, especialmente numa altura em que “o partido está a dinamizar as secções de Alcochete e Alcácer do Sal” ficando assim completa a cobertura laranja pelo distrito.
O assunto poderá conhecer novos desenvolvimentos ainda esta semana, uma vez que os dois dirigentes já entraram em contacto para uma reunião urgente no sentido de ‘dar a volta’ ao problema das instalações. Mas este contratempo parece não ser o único com que o PSD Almada quer agora ultrapassar, uma vez que na lista de prioridades de António Salgueiro está também “a captação de mais militantes” e a recolha de assinaturas para a candidatura de Ferreira do Amaral à presidência da República.
Autárquicas e Maria Emília
Em ano de preparação para as próximas eleições para as autarquias locais, o recém eleito presidente do PSD Almada quer ‘apertar o cerco’ à gestão comunista da autarquia. António Salgueiro quer um PSD interventivo na Câmara “em nome dos interesses do concelho” e afirma que isso passa pela crítica, “pela denúncia dos erros e pela apresentação de alternativas”.
Disposto a levar o PSD à cadeira do poder em Almada, António Salgueiro fala já em estratégias para a formação de listas de candidatos, cuja apresentação oficial está marcada para Janeiro do próximo ano. A aposta, de acordo com o novo presidente da Secção, está no aumento do número de mandatos social democratas em todos os órgãos de poder autárquico do concelho de Almada.
Consciente de que os objectivos que traçou para os próximos dois anos “são necessários” ao crescimento daquele partido no concelho, António Salgueiro agora só espera ter uma equipa forte para aguentar o embate. Neste aspecto parece estar descansado pois acredita que a composição da direcção é “muito equilibrada”, já que esta dispõe de “gente com a força da experiência e gente nova com a força da inovação”.
A Comissão Política da Secção de Almada do PSD, que nos próximos dois anos estará nas mãos do ‘repetente’ António Salgueiro, tem como vice presidentes Armando Barata e António Oliveira.