APSS acusada de falta de diálogo
Assembleia municipal quer mais articulação
O sentimento de ser “a última grande oportunidade para a cidade de Setúbal” e o receio de se tratar simplesmente “de operações de cosmética”, preponderaram nas várias intervenções públicas a iniciar a sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Setúbal sobre a recuperação da Zona Ribeirinha, realizada no dia 13 de Julho. Seguiram-se as várias acusações de “monopolismo” pelos deputados da Assembleia Municipal, que acusaram a Administração dos Portos de nunca ter enviado à Assembleia, o documento em discussão, apesar dos insistentes pedidos feitos pelo próprio presidente da mesma.
As acusações e as críticas seguiram-se ao apontar da “falta de diálogo com a Câmara” e de “consulta à população“, a não execução do que há muito consta no projecto designado PORSET, elaborado em 93, limitando a cidade de Setúbal, sete anos depois, a um “plano urbanístico para a área de jurisdição da APSS, entre as Fontaínhas e o actual parque de campismo“.
O pior veio quando Carlos Lopes, da Administração dos Portos, afirmou pensar que o projecto já tinha sido votado em Assembleia Municipal, ao que a deputada Odete Santos se referiu como parecendo “uma partidinha“. A deputada recordou ainda um episódio no tempo em que tinha o pelouro do trânsito, em que a Administração dos Portos substituiu as placas existentes, colocadas anteriormente pela Câmara, sem ter comunicado nada, ilustrando assim as difíceis relações entre os dois organismos.
A Câmara não foi igualmente poupada, quando o deputado Dias Pereira realçou a ausência neste projecto das áreas confinantes, da responsabilidade camarária, mais propriamente as áreas entre a frente do Rio e a Avenida Luisa Todi e acusou de “falta de articulação” entre as partes, enquanto que para o deputado Jerónimo Matias a autarquia “limitou-se a ouvir o plano sem intervir“.
Ilídio Ferreira, outro deputado da Assembleia Municipal, alertou para “que as promessas se cumpram“, lembrando que o dinheiro que era para vir para Setúbal em 96, fora para outro lado. Para já, segundo anunciou Carlos Lopes, fica o perfilamento e a pavimentação de toda a frente norte da Doca de Pesca e alargamento da via para quatro faixas, seguindo-se a pavimentação de áreas adjacentes, a colocação de mobiliário urbano e a criação de infra-estruturas para o aparecimento de edifícios de restauração, a reformulação da situação rodoviária e a renovação da rede de esgotos, água e rede eléctrica.