Ozono ‘ataca’ Santiago do Cacém
Quercus responsabiliza entidades oficiais
No início do mês de Agosto, a estação de medição da qualidade do ar registou uma concentração de ozono superior à de Estarreja em pleno concelho de Santiago do Cacém. Contudo, o registo só foi possível depois de várias queixas de cidadãos com ardor nos olhos e dificuldades nas vias respiratórias, denuncia a Quercus que foi dar com a estação de medição avariada. Agora, quer responsabilidades governamentais sobre o sucedido à saúde pública e reivindica medidas que evitem acidentes deste tipo.
210 microgramas de ozono – um poluente altamente nocivo – por metro cúbico de ar foi o valor detectado pela Estação do Cerro da Senhora do Monte, que no início do mês esteve na origem de um problema de saúde pública traduzido por ardor nos olhos e no nariz, dificuldades respiratórias, tosse e dores no peito. Contudo, o problema originado pela poluição vinda de Sines só foi detectado “porque a Quercus recebeu queixas e foi à estação ver o que se passava”, garantiu ao “Setúbal na Rede” o dirigente da Quercus, Dário Cardador.
Tendo verificado que “o aparelho não estava a fazer qualquer leitura”, o dirigente da Quercus alertou a Direcção Regional do Ambiente que acabou por resolver o assunto e verificar as razões das queixas da população. Agora o problema está em “levar o Governo a assumir o erro e a resolver os problemas que lhe deram origem”, adianta este responsável que acusa o Ministério do Ambiente de
“tapar os ouvidos para escapar às responsabilidades”.
Em causa, de acordo com a Quercus, está “a inutilidade das estações de leitura do estado do ar” quando estas estão situadas em locais “que em nada correspondem à direcção dos ventos dominantes”, pelo que “muitas vezes os níveis de poluição do complexo industrial de Sines acaba por não ser registado”. Para já, a Quercus exige a instalação de estações em diversas zonas do concelho e estendendo-se pelos pontos mais altos da serra, bem como a aplicação de medidas preventivas deste tipo de poluição industrial.
Mas de acordo com Dário Cardador “estas medidas de nada valem se não forem punidas as empresas prevaricadoras”, pelo que exige o apuramento das responsabilidades e a aplicação do princípio poluidor/pagador, ou seja, a aplicação de sanções e da obrigatoriedade de resolver o problema que originou a poluição emitida pelo complexo industrial da Petrogal.