[ Edição Nº 138 ] – Albarquel interdita até final do Verão e sem nadadores-salvadores.

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Albarquel interdita até final do Verão
Concessionário dispensa nadadores 

          A praia de Albarquel, em Setúbal, vai continuar interdita a banhos até ao final da época balnear por determinação do Ministério da Saúde, através da Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Segundo o “Setúbal na Rede” apurou, tal decisão deve-se ao quadro ‘negro’ dos índices de poluição das águas do rio Sado ao longo dos últimos anos e aos resultados das análises efectuadas durante a presente época balnear. Face a esta medida, o concessionário decidiu ficar apenas com um nadador salvador.

De acordo com o artigo 53 do decreto lei 236/98 de 1 de Agosto, bandeira vermelha vai continuar na praia de Albarquel até ao final do Verão e só será arreada quando o Ministério da Saúde entender que deixou de existir perigo para a saúde pública. Este é o teor da carta enviada pela administração da Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo à Capitania do Porto de Setúbal, no dia 10 de Agosto, e a que o “Setúbal na Rede” teve acesso.

A decisão foi já confirmada pelo Capitão do Porto, Santos Galaio, que garante manter a interdição até ordens em contrário. Questionado sobre a legitimidade da manutenção da interdição em caso de uma eventual melhoria da qualidade das águas, nas próximas análises, Santos Galaio remeteu tal decisão para o Ministério pois “a Capitania limita-se a cumprir as determinações”. Para já, tudo aponta para que as próximas análises voltem a dar resultados negativos, uma vez que não se verificou qualquer alteração nos agentes provocadores da poluição do estuário. Uma alteração que poderia acontecer apenas pelo arrastamento e disseminação dos poluentes orgânicos através da água doce que entra no rio. Ou seja, tudo leva a crer que a Albarquel vai ter de esperar pelas chuvas do próximo Inverno para reduzir a quantidade de poluentes orgânicos.

Face ao desfecho deste caso, o concessionário da praia pouco mais pode fazer do que cumprir a determinação legal. E embora não tenha ainda desistido de avançar com as suspeitas de “erro” na realização das análises, Jaime Reis dá por perdido o investimento que fez na praia e prescinde de três dos quatro nadadores salvadores. Uma decisão que a Capitania do Porto “tem de aceitar” face às circunstâncias, admite Santos Galaio que diz ser este um direito do concessionário face à interdição da praia.

Mas a concretização desta medida vai provocar problemas para os quais o Capitão do Porto chama a atenção. É que a redução da equipa de nadadores salvadores para um efectivo “será insuficiente” para manter a segurança na praia que, apesar da má qualidade das águas, continua a ser muito frequentada pelos veraneantes.

Um caso de insegurança que parece não ter solução à vista, dado que a Capitania pouco mais pode fazer para além da manutenção, no local, dos cabos de mar que todos os anos fiscalizam as zonas balneares da Serra da Arrábida.