Obras nas praias e novas ETAR’s para Grândola
Desenvolvimento discutido na Feira de Agosto
Em Junho de 2001 a Câmara Municipal de Grândola conta ter completas as obras dos planos das praias da Comporta, Pego, Carvalhal e Melides que comportarão parqueamentos, acessos pedonais, infra-estruturas e restaurantes. Esta edilidade conta também começar, ainda este ano, a construção de três ETAR’s que assim se juntarão às onze já existentes no concelho e que permitirão o tratamento de uma maior percentagem de águas residuais.
Estas intenções foram reveladas pelo presidente da Câmara de Grândola, Fernando Travassos, no passado dia 25, na inauguração da Feira de Agosto que se prolonga até hoje e que este ano se debruça sobre as questões do Turismo, Ambiente e Desenvolvimento, com o objectivo de fazer um balanço e uma reflexão sobre o estado do desenvolvimento no concelho.
Nesse sentido, está patente na feira uma mostra do trabalho e dos projectos que a câmara levou ou pretende levar a cabo, nomeadamente o planeamento para a urbanização de Tróia, do ordenamento das quatro praias já referidas, da criação de espaços verdes e infantis, bem como o abastecimento de água, tratamento de resíduos sólidos e águas residuais e a criação e construção de um aterro inter-municipal, assim como a criação de ecopontos e ecocentros, infra-estruturas que segundo o edil grandolense são de “extrema importância”.
Fernando Travassos referiu que o concelho de Grândola, com quarenta e cinco quilómetros de costa, tem “potencialidades únicas, mas que têm de ser descobertas e construídas com um profundo respeito pela qualidade ambiental”.
Para além desta mostra, a feira tem este ano um espaço de mais de dois hectares de terreno e de 1760 metros quadrados de recinto coberto, algumas centenas de participantes na feira tradicional, mais de trinta artesãos e um número superior a 50 participantes na feira de turismo, um número que aumentou em relação ao ano passado.
Esta feira foi também uma oportunidade para se discutirem assuntos de interesse para o concelho, como foi o caso de um debate sobre a importância da cortiça, que serviu para mais uma vez se reafirmar a importância deste produto como um dos principais da região. Para Fernando Travassos, há uma enorme desproporção entre a riqueza produzida pela cortiça e a contribuição para as exportações portuguesas, ao mesmo tempo que reafirma o pouco cuidado que as entidades ainda lhe votam. Assim, Travassos considera que “há que criar uma série de medidas para inverter esta situação, nomeadamente com uma maior responsabilização das entidades administrativas, a criação de um órgão que possa coordenar um conjunto de iniciativas e uma maior programação da produção, que possa fazer o ordenamento da floresta e defesa do montado e ainda que se criem incentivos para a deslocação das empresas, isto porque, apesar da matéria prima ser produzida no sul as empresas estão, na sua maior parte, implantadas no norte do pais”.
No âmbito da Feira de Agosto foi ainda realizado um debate sobre as oportunidades de investimento ao abrigo do III Quadro Comunitário de Apoio, cujo objectivo era alertar os investidores locais para o facto de o desenvolvimento estar “nas suas mãos” e que o III Q.C.A. é uma “oportunidade para provocar alterações estruturais no tecido económico da região”. Segundo o presidente da autarquia grandolense, este debate serviu para “estimular os agentes de desenvolvimento, bem como os pequenos e médios empresários a participar neste projecto que abre um conjunto de oportunidades” afirmando ainda que “ou se fazem algumas mudanças até 2007 ou irá pagar-se uma factura enorme”.