Setúbal na Rede – Onde é que estava no dia 8 de Setembro de 1975?
Fátima Brinca – Estava nas instalações da Movauto, onde trabalhava e de cuja Comissão de Trabalhadores fazia parte. Na altura integrava também a redacção do jornal o Setubalense, constituída por mim, por Manuel Abrantes e por Rogério Severino. Nesse dia, deu-se uma manifestação com milhares de pessoas, junto ao Quartel do 11, depois de percorridas algumas zonas centrais da cidade.
A manifestação foi convocada por diversos partidos de esquerda e pretendia apoiar o poder popular e os militares daquele quartel, para além de denunciar as várias situações vividas nas empresas do concelho, inclusivamente o Setubalense, como posteriormente veio a comprovar-se. Na altura dos discursos, junto ao quartel, um dos trabalhadores efectivos do jornal, Jorge Santos, pediu-me para proceder à leitura de um comunicado sobre a situação que se vivia no jornal.
SR – Pode dizer-se que essa posição pública foi o início do processo de ocupação do jornal, que ocorreu pouco tempo depois?
FB – Sim, porque as coisas já não andavam bem. É preciso dizer que a ocupação teve por base não só os ordenados em atraso e o estado de abandono em que o dono, Bordalo Pinheiro, o deixou, mas uma situação social que o Setubalense tinha vivido antes do 25 de Abril. Uma jovem inválida, chamada Maria Beatriz, teve a cura nas mãos dos leitores do Setubalense, que contribuíram para pagar a operação de que necessitava, mas o patrão acabou por não pagar a cirurgia e ficou com o dinheiro.
A situação era do conhecimento dos trabalhadores efectivos do jornal, mas só muito mais tarde é que a redacção a descobriu. Tivemos conhecimento da não entrega do dinheiro, que ainda era um montante bastante elevado, e que graças a isso a jovem não foi operada numa clínica de Pamplona e ficou eternamente condenada a uma cadeira de rodas. Ou seja, o dinheiro era entregue à doente ‘aos bochechos’ e só mediante receitas médicas, quando da clínica exigiam a totalidade da verba para a operação.
A verba só foi entregue em tribunal, muito depois disso e, infelizmente já era tarde para resolver clinicamente o problema. Isto, a juntar a todo o descontentamento dos trabalhadores, à falta de cumprimento das leis do trabalho e à falta de liberdade dos jornalistas, levou-nos a decidir pela ocupação. Dois ou três meses antes, Bordalo Pinheiro abandonou o Setubalense e foi para Moçambique dirigir as minas de diamantes que lá tinha. Portanto, quando ocorre esta manifestação, já o jornal é dirigido por trabalhadores sendo Joaquim Madeira o chefe administrativo e Guilherme Figueira o chefe de redacção.
SR – Porque é que foi escolhida para ler o comunicado?
FB – Fui apanhada de surpresa, mas a partir desse momento assumi o conteúdo do comunicado. Acho que a escolha da minha pessoa teve a ver com a minha isenção partidária, uma vez que os trabalhadores efectivos da empresa estavam quase todos conotados com partidos, nomeadamente o PCP. Por outro lado, Rogério Severino e Manuel Abrantes eram militantes da FSP. Ali procurou-se evitar que um movimento ou partido liderasse as posições dos trabalhadores do Setubalense. Embora estivesse conotada com movimentos de extrema-esquerda, nomeadamente o PRP, mas sem estar directamente ligada, fui escolhida para ler o comunicado.
SR – Também participou na manifestação enquanto membro da Comissão de Trabalhadores da Movauto. Na altura era mais conhecida como jornalista ou como trabalhadora de uma fábrica?
FB – Acho que era mais conhecida pelo trabalho jornalístico junto dos bairros, nomeadamente nos bairros de lata da cidade. Embora também me conhecessem pela Movauto porque era a única empregada de escritório que desde o primeiro dia esteve na Comissão e no movimento de trabalhadores, defendendo salário igual para trabalho igual. E na Movauto os trabalhadores fabris ganhavam extremamente mal em relação aos outros.
E lembro duas pessoas cuja luta fez com que as nossas carreiras profissionais totalmente ultrapassadas fossem revistas: Soares Feio, actual vereador do PS na Câmara de Setúbal, e Abílio Jorge, que na altura era muito acusado de pertencer ao PPD não tendo nada a ver com aquele partido. Ambos eram dirigentes do Sindicato dos Escritórios.
SR – A manifestação foi convocada por uma organização denominada FUR. Em que contexto é que esta acção ocorreu?
FB – Na altura, os panfletos tinham uma força extraordinária e a manifestação foi convocada através de panfletos via comissões de moradores, de trabalhadores e de sindicatos, com alguns partidos por trás. Sem muitos de nós sabermos, mas o certo é que tinha uma forte implantação do PCP. A FUR era a Frente Unitária Revolucionária, de que faziam parte movimentos e partidos como o PRP, a FST, a LCI, a LUAR, o MES e posteriormente a UDP.
Esta manifestação surgiu porque, nos bairros, as pessoas começaram a aperceber-se de que apesar da grande capacidade de mobilização que cada uma tinha, isso não acontecia ao nível do colectivo. Esta manifestação serviu para provar que o movimento popular de Setúbal tinha muita força e que os trabalhadores deviam estar organizados em sistemas colectivos, não só para defenderem as suas lutas internas como também as lutas externas.
Lembro-me muito bem que naquela altura tiveram um enorme peso as comissões de trabalhadores das empresas de montagem de automóveis, como foi o caso da IMA, da Barreiros, da Movauto e do Entreposto. A indústria naval, como a Setenave, também tinha um peso enorme nessas reivindicações.
SR – Então porque é que a palavra de ordem era “Soldados e Marinheiros sempre ao lado do povo”?
FB – Isso aconteceu porque as pessoas sentiam que havia uma tentativa de diminuir a importância do movimento dos capitães de Abril. Já havia um movimento a dizer que os soldados deviam ficar nos quartéis e não andarem em manifestações com a população. Isso assustou as pessoas, estávamos em pleno Verão Quente e no rescaldo do 7 de Março e a primeira coisa que fizemos foi colocar-nos ao lado dos homens que fizeram o 25 de Abril.
Por isso, na manifestação decidimos chamar os soldados do quartel do 11 cá para fora. Inicialmente os militares não deixaram, até tinham os portões fechados quando chegámos mas o que aconteceu foi que um grupo saiu do quartel e, à revelia de todos, pôs-se ao nosso lado. Os soldados saíram para a rua e ficaram ao nosso lado na denúncia dos problemas que ocorriam nas empresas, na pesca, na reforma agrária e em todos os sectores da nossa economia.
SR – Na passagem dos manifestantes pelas ruas da cidade, foram gritadas palavras de ordem contra a social democracia mesmo em frente à sede do PS. Isso quer dizer que a população identificava o PS com o PPD?
SR – De certa maneira, porque as palavras de ordem eram contra Sá Carneiro. Na altura as pessoas ligavam muito o PS ao PPD, especialmente por causa do segundo Governo Provisório que contou com elementos dos dois partidos. Assim, para as pessoas de Setúbal, a social democracia era PS e PPD. Não era um ataque ao PS mas sim à linha política e filosófica que nos parecia seguir.
SR – Que consequências práticas teve a manifestação?
FB – Na sequência disso, as pessoas começaram a pensar na necessidade de criar o chamado Comité de Luta. Ele surgiu na sequência do COPS e foi criado com pessoas dos bairros, trabalhadores fabris e rurais e militares do quartel do 11. Pode dizer-se que a grande vitória desta manifestação foi a criação do Comité de Luta de Setúbal que deu ‘água pela barba’ a muita gente.
Ainda hoje muita gente não percebe o que foi esse comité e de tal forma isso acontecia na altura que inclusivamente alguns elementos foram chamados ao Estado Maior do Exército para prestar declarações. E mais gente não foi porque os membros do Comité de Luta não eram chamados pelos nomes próprios. Como tínhamos o receio de que as coisas descambassem para a direita, foi decidido manter no anonimato os dirigentes mais activos do Comité. E isso acabou por livrar muita gente de problemas.
Mas havia gente carismática que toda a cidade conhecia, como foi o caso de Francisco Lobo, de José Afonso e Isabel Guerra. A ideia era ser uma comissão alargada que obrigasse a própria autarquia a tomar posições a favor da eliminação das barracas, da instalação da luz dos esgotos, por exemplo, porque naquela época estava tudo por fazer. Eu não fiz parte do Comité de Luta porque tinha a missão ingrata de cobrir para o jornal as sessões de trabalho e achei que essas duas coisas eram incompatíveis.
SR – A manifestação terminou sem problemas?
FB – Tudo decorreu sem qualquer problema, decidimos o que fazer e marcámos nova reunião para uns dias depois num armazém que funcionava como sede do grupo de teatro Sobe e Desce e como local para a recepção dos produtos agrícolas a comercializar no âmbito da operação chamada Ligação Cidade/Campo.
SR – Alguma vez sentiu que este movimento popular estaria a ser manobrado ou influenciado por partidos políticos?
FB – Não se pode dizer que existisse um controlo partidário, se bem que tivessem ocorrido diversas tentativas, nomeadamente por parte do PCP. Contudo isso não chegou a verificar-se devido ao número de pessoas ligadas a partidos mais à esquerda. E é nessa altura que muita gente se junta aos GDUPS e que José Afonso se filia na UDP para se tornar candidato pelos GDUPS, Grupos de Unidade Popular de Setúbal.
O PCP não conseguiu controlar o movimento popular, até porque ficou surpreendido com a atitude dos próprios quadros que tinha no Setubalense. Eles decidiram ocupar connosco o jornal e não se preocuparam com o partido.
SR – Pode dizer-se que o movimento popular em Setúbal era liderado pela extrema esquerda?
FB – As pessoas eram muito extremistas e o PCP funcionava como um partido moderado. Tinha um pouco a função de não deixar que a situação descambasse. As pessoas tinham um espírito muito forte e acabaram por ultrapassar a tentativa de controlo efectuada pelo PCP. De facto, este movimento estava muito agregado à extrema esquerda, sendo que no seio deles, os que mais se destacavam era o PRP e a LCI.
Daí o nascimento dos GDUPS. É preciso dizer que a extrema esquerda era tão só a população a sentir as realidades e, para além disso, não me parece que se tenham verificado movimentos de intensa gravidade em Setúbal. Na altura empolou-se muito a situação, dizia-se que Setúbal era a cidade vermelha quando todos temos consciência plena de que o não é. Mas graças à força e à união do movimento popular, naquela altura nem em Lisboa se pensava que o movimento era tão pequeno.
Pelo contrário, acreditavam que este movimento era muito maior do que realmente chegou a ser. E isso assustou um bocado os governantes deste país, de tal maneira que quando foi declarado o Estado de Sítio, Setúbal foi a única cidade do país que não obedeceu. Tanto assim que saiu com O Setubalense para as bancas ao mesmo tempo que os aviões militares faziam razias ao terraço do jornal convencidos de que se estava perante um grande movimento de massas.
SR – Foi aí que se falou em armas para o povo?
FB – Não acredito que as forças no poder quisessem fazer de Setúbal um reduto da esquerda, mas sim que Setúbal não fosse novamente achincalhada nem espezinhada porque já o tinha sido durante a ditadura. Durante décadas, Setúbal foi uma cidade extremamente controlada pelo regime ditatorial por isso acredito que o que aconteceu foi que as pessoas deram vazão ao sentimento de liberdade e de luta pela revolução.
A razia dos aviões ao jornal deu-se na sequência do 25 de Novembro porque decidimos que o jornal ia sair na mesma. Foi uma decisão que tomámos depois de termos tido conhecimento de que à frente desse movimento de Novembro estaria gente ligada ao MIRN. As pessoas ficaram atónitas e amedrontaram-se, deu-se o Estado de Sítio e nós procurámos alertar a população para a ideia de que tudo apontava tratar-se de um golpe de extrema direita.
Assim, O Setubalense, que tinha um peso enorme junto da população, saiu à rua com a manchete “Armas ao Povo já”. Pouco tempo depois é selado e em Janeiro nasce o Nova Vida, criado pelos trabalhadores do Setubalense, e durante muito tempo foi o Nova Vida o jornal que mais mobilizou a população desta cidade.
SR – O que é que se pretendia com o boicote ao Estado de Sítio?
FB – Era pela luta da população, pela revolução e por um aspecto de que ninguém fala mas que também foi muito importante: como eram os trabalhadores que geriam o jornal só recebíamos ordenados se ele saísse para a rua. Portanto houve muita gente ligada àquela edição apenas por causa da sua sobrevivência e não por uma questão de princípios. O jornal saiu e a divisão interna era tão grande que se notou no cabeçalho, onde estavam os nomes dos responsáveis por aquela edição.
E isso foi para evitar complicações para os outros trabalhadores. Fomos 17 a assinar o cabeçalho, entre eles Rogério Severino e Manuel Abrantes, mas é claro que 24 horas depois já os militares andavam por aqui a prender o pessoal. Os que estavam nas instalações foram presos mas como eu não estava lá foram buscar-me à Movauto. Aí vivi um dos episódios mais bonitos da minha vida, com os colegas de trabalho a fazerem um círculo à minha volta para impedirem os militares armados de me levarem. E foi essa gente de fato de macaco e das mais variadas cores políticas que impediu os militares empunhados de metralhadoras, de me levarem presa.
Ainda engatilharam as armas, mas houve pessoas que abriram os fatos de macaco e prometeram que para me levarem a mim tinham primeiro de os levar a eles. Foi um acto de coragem extraordinário, principalmente porque na fábrica ninguém sabia o que se passava. O próprio director da Movauto teve uma atitude revolucionária ao dizer aos militares que eu ia entregar-me ao fim do dia, que eu levaria o advogado da empresa e que aquilo não eram maneiras de deter uma pessoa.
Devo dizer que, no período entre a chegada dos militares e a hora de sair da fábrica, tive a visita de gente do PRP, nomeadamente de Isabel Guerra, com cabeleiras para eu sair e passar à clandestinidade. Recusei de imediato porque achei que não tinha feito nada de especial, pois as pessoas queriam as armas para defender a revolução. Quando me entreguei, à tarde, já lá estavam os meus colegas todos, menos o Rogério Severino e o Manuel Abrantes que passaram à clandestinidade.
Estivemos sob interrogatório, éramos poucas mulheres e houve um polícia que nos sossegou ao dizer que não nos iam fazer mal. Saímos eram oito da noite mas a minha mãe, assim que soube, deslocou-se do Penteado, onde morávamos, e foi ter com os militares com uma manta e um saco de água quente pois pensava que eu tinha ficado lá. Quando chegou disseram-lhe que eu já tinha saído mas ela não acreditou e, aos gritos, a polícia teve de lhe mostrar as catacumbas para provar que já não estava lá ninguém. Foi a partir daí que selaram o jornal.
Definitivamente, o 25 de Novembro veio deitar abaixo os ideais da revolução. E é por isso que me dói e revolta ver que muitas pessoas que estiveram ligadas à opressão hoje escrevam artigos de opinião nos jornais e se encontrem em lugares de chefia de associações culturais e cívicas da cidade. Essas pessoas foram os maiores carrascos e opressores desta cidade. E há casos contrários, como foi o caso da agressão ao vereador Soares Feio durante a manifestação contra a co-incineração. Sofri imenso ao ver tais agressões, pois trata-se de um homem que sempre esteve ao lado dos trabalhadores e sempre esteve integrado nos movimentos e na luta sindical.
SR – Quando os jornalistas Rogério Severino e Manuel Abrantes passaram à clandestinidade, como é que reagiram os trabalhadores que tinham sido presos?
FB – Ficámos muito desiludidos e sentimo-nos traídos. Eles bem podem argumentar que se não aparecessem não havia problema, mas o certo é que na altura nós sofremos e fomos achincalhados por termos sido detidos. Senti que foi um erro deles, mais ainda, foi um acto cobarde. Até porque, em abono da verdade, verificou-se uma situação que nunca contei: não fui eu que assinei o artigo sobre as armas para o povo.
O documento foi assinado por toda a gente e alguém assinou por mim porque, na altura, eu estava de serviço na Movauto. De qualquer das formas assumo o documento. Por muita amizade que eu tenha por eles, continuo a achar que tiveram uma atitude muito cobarde.
SR – Como é que Setúbal viveu a revolução?
FB – Com alguns excessos, mas isso era natural para a época. Lembro-me que se uma pessoa não concordava com qualquer coisa era logo chamada de reaccionária. Deram-se muitas situações lamentáveis, como foi o caso dos então proprietários da conhecida pastelaria Capri. O pai e a filha eram acusados de torturadores da PIDE e, apesar de não haverem provas e deles dizerem que não era nada disso, as pessoas entraram pela gelataria dentro, despiram-nos e puseram-nos na rua, em plena praça de Bocage.
Até nas ocupações as coisas descambaram, deram-se muitas ocupações selvagens, mas não aquela que fizemos em Miraventos que tinha intenções genuínas de arranjar escola para os nossos miúdos. Até foi engraçada, porque limpámos a quinta e as nossas intenções eram as mais honestas. Havia um clima difícil, casos de grande extremismo e outros de oportunismo como foi o caso da Reforma Agrária onde muita gente se abotoou com o dinheiro para as cooperativas, contudo foi uma época muito importante para o país. Mesmo assim, não sei se não voltaria a fazer o mesmo. É que o tempo muda mas os princípios ficam.
SR – 25 anos depois, valeu a pena a luta pela revolução?
FB – Sim, apesar do que sofri por isso ao longo dos anos. O Nova Vida, que significava muito para mim, acabou com Joaquim Casimiro Madeira a vendê-lo a um grupo dirigido pelo CDS. Com o fim dele, regressa O Setubalense, comprado entretanto por João Carlos Fidalgo. Depois disso, passei por diversos projectos de comunicação social no país até que cheguei ao Correio de Setúbal.
Pelo caminho, fui sendo conotada a torto e a direito e por dá cá aquela palha, com a extrema esquerda e isso reflectiu-se muito na minha vida profissional. De tal modo que, quando fui trabalhar para O Actual ninguém quis trabalhar comigo porque achavam que eu dava mau nome ao jornal, à excepção de um único colega. Entretanto, saí da Movauto e era a única pessoa com 18 anos de carreira sem nunca ter sido promovida.
Ganhei os prémios todos que havia a ganhar, mas as promoções nunca chegaram. Depois saí porque não aguentava processar os despedimentos dos meus colegas, sabendo que eram pessoas com mais de 50 anos obrigadas a saírem da empresa sem qualquer alternativa. Estes foram acontecimentos que me marcaram para sempre, fui muito perseguida e tudo isso decorre directamente das posições que tomei durante o PREC.
Mas não faz mal nem dada disso tem já importância porque sempre achei, e ainda hoje acho, que os movimentos revolucionários não devem ser tão obedientes às leis mas sim obedientes aos sentimentos e às pessoas.