[ Edição Nº 139 ] – Samouco recupera salina para funcionamento artesanal.

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Projecto da Equipa de Missão para Setembro
Samouco vai ter uma salina artesanal

      

A Equipa de Missão para as Salinas do Samouco está a recuperar a primeira salina da zona prevista para a produção de sal, e deverá pô-la em funcionamento já em Setembro. A ideia é desenvolver um trabalho artesanal na salina escolhida e depois estendê-lo às outras do mesmo grupo com vista à produção de sal marinho integral. Um projecto que os técnicos têm vindo a acarinhar ao longo dos últimos dois anos, mas que só agora é possível graças ao desbloqueamento de verbas governamentais e ao protocolo estabelecido com a Lusoponte. A novidade foi avançada ao “Setúbal na Rede”  pelo responsável da Equipa de Missão, José Manuel Palma, que já chegou a acordo com a Lusoponte para a recuperação das salinas e para desencadear alguns procedimentos tendentes à sua conservação, como é o caso dos arranjos nas comportas. E recorda que a falta de remendos nas comportas foi um dos factores que levou à secagem das salinas. Confiante de que esta projecto seguirá em frente sem problemas, José Manuel Palma garante que a recuperação daquela área só não tem vindo a ser feita nos prazos previstos por questões de burocracia e atraso na entrega das verbas. É que o facto da Fundação para as Salinas do Samouco ainda não ter sido criada por questões burocráticas “acarretou problemas para a Equipa de Missão, nomeadamente um conjunto de dificuldades para receber as verbas oficiais destinadas aos projectos”. Agora que os problemas parecem ter sido ultrapassados, através da dotação financeira, e estando prevista a criação da Fundação até ao próximo dia 15 de Outubro, o responsável pela Equipa de Missão diz-se animado quanto ao futuro das salinas do Samouco.

Uma perspectiva positiva que, segundo avança, advém também dos resultados obtidos na aplicação do mais recente plano de recuperação ambiental. Segundo conta este responsável, pela primeira vez em três anos, foi possível aos técnicos a trabalhar no local, reverter a tendência negativa de nidificação de aves protegidas nas salinas. José Manuel Palma falas mesmo num êxito na ordem dos 400%, pois a Equipa terá conseguido o regresso de várias espécies de aves na época de nidificação, entre as quais as andorinhas do mar anãs que em 1999 apenas registaram um ninho nas salinas do Samouco.

O projecto da Equipa de Missão diz respeito à recuperação e conservação de cerca de 300 hectares de salinas junto à ponte Vasco da Gama, e prevê uma zona de salinas para a produção de sal integral, uma para a conservação da Natureza, nomeadamente das espécies de aves protegidas, e uma terceira para a prática da piscicultura extensiva.  

Crente de que aquela área natural merece investimentos e a atenção dos especialistas, José Manuel Palma afirma-se convicto de que se forem dados os instrumentos necessários para a Fundação trabalhar, “dentro de quatro a cinco anos, as salinas serão auto-sustentáveis”.