[ Dia 19-06-2001 ] – Apeadeiro de Praias do Sado divide autarcas e utentes.

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Apeadeiro de Praias do Sado
divide autarcas e utentes

Os protestos realizados ao longo das últimas semanas por autarcas de freguesia, estudantes do IPS e utilizadores da CP, contra a falta de uma passagem para peões no apeadeiro de Praias do Sado, não passam de “um aproveitamento político” de um problema da responsabilidade da REFER. Uma convicção do vice-presidente da Câmara de Setúbal, Mota Ramos, transmitida na sessão pública que recebeu mais uma onda de protestos contra a falta de segurança do apeadeiro.

A Câmara presidida pelo socialista Mata Cáceres “declina as responsabilidades” que lhe foram atribuídas em carta aberta apresentada hoje (19 de Junho) pelo presidente da Junta de Freguesia do Sado, Eusébio Candeias, em nome da autarquia, dos estudantes do IPS e do Movimento de Utentes dos Comboios da Linha Barreiro/Setúbal.

Contrariando as acusações do autarca de freguesia, de que “a Câmara não cumpriu a sua parte do acordo, pois não elaborou o estudo prévio” para a construção da passagem para peões a construir pela REFER, a vereadora do Urbanismo, Teresa Almeida, afina pelo mesmo diapasão de Mota Ramos ao acusar os contestatários de utilizarem esta questão para “atacar a autarquia” quando “o que deviam fazer era estar do lado do executivo para pressionar” a empresa que gere os caminhos de ferro, pois “a REFER desconhece o processo e mostra-se desinteressada na sua resolução”.

Teresa Almeida garante que se o processo está num impasse desde 1999, é porque “do outro lado não nos ouvem e dificultam os trabalhos”, pois, para além de ter demorado um ano a dar parecer sobre a proposta de travessia apresentada pela Câmara, a REFER “reprovou a proposta que, agora, um ano depois, veio a aprovar”. Consciente de que a passagem de peões “constitui uma medida importante” para a segurança dos utentes, Teresa Almeida afirma que o estudo prévio deverá estar pronto em Julho, de modo a permitir à REFER  o rápido avanço das obras de construção da passagem.

Quem não parece muito convencido das promessas de Teresa Almeida é o presidente da Junta, Eusébio Candeias, que tem vindo a assistir ao arrastamento do processo desde 1999 “sem que até agora se tenha verificado qualquer evolução”. Pelo contrário, adianta o autarca que receia ser preciso “mais mortes” naquele troço da via para que a solução seja implementada no terreno.

O mesmo diz o presidente da Associação de Estudantes da Escola Superior de Tecnologia (EST), Manuel Peralta, ao garantir que a Câmara “está a mentir ao afirmar que os estudantes estão a par do processo”. Perante a postura da autarquia, Manuel Peralta garante “a escalada dos protestos” dos estudantes já em Setembro, quando as aulas recomeçarem. seta-2029667