Providência cautelar contra testes de co-incineração
A associação ambientalista Quercus vai intentar uma providência cautelar no sentido de travar os testes de co-incineração, com resíduos perigosos, na cimenteira do Outão, cujo início está marcado para a próxima segunda feira. A decisão foi hoje avançada pelos ambientalistas, em conferência de imprensa.
Para evitar o início dos testes com resíduos industriais perigosos na cimenteira do Outão, os ambientalistas vão avançar esta semana com uma acção judicial no tribunal de Lisboa. A ideia é travar o processo com base na violação de várias disposições da lei, garante João Gabriel, da associação ambientalista.
A associação critica a ausência de comissões de acompanhamento da co-incineração, integradas por cientistas, elementos da população e associações de defesa do ambiente, e ainda o facto dos testes com resíduos começarem “sem que tenha sido feito o estudo epidemiológico” junto da população. Esta é a primeira vez que a Quercus se manifesta frontalmente contra a forma como tem sido conduzido o processo que vai levar à queima dos lixos industriais perigosos em cimenteiras, embora prefira este sistema de tratamento à incineração dedicada.
A Quercus prepara-se para integrar a manifestação prevista para o próximo domingo, junto à Secil, contra o início dos testes com resíduos, numa acção a que se juntará a Câmara Municipal de Setúbal, cujo presidente reforçou hoje a rejeição à queima dos resíduos na cimenteira instalada na Serra da Arrábida. Carlos de Sousa vai ainda mais longe ao afirmar que “o Governo não tem legitimidade” para avançar com este processo “uma vez que está em gestão”.
A manifestação a realizar no dia anterior ao início dos testes é promovida pelo Movimento de Cidadãos pela Arrábida que critica a ausência de criação da Comissão de Acompanhamento para os testes a realizar na Sécil, a não realização dos estudos epidemiológicos à população, a fim de avaliar os impactos da queima de resíduos na saúde pública “e o procedimento condenável de fazer crer à opinião pública de que a co-incineração é a única forma de eliminar os resíduos perigosos”.
•13-02-2002 • |