[ Dia 13-11-2002 ] – Entrada no clube traz mais responsabilidades na preservação.

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Setúbal, uma das mais belas baías do mundo Entrada no clube

traz mais responsabilidades na preservação

Quando forem 18:00 horas, a Baía de Setúbal vai passar a pertencer ao Clube das Baías Mais Belas do Mundo. Um galardão que, para o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, “vai ter um grande impacto a nível turístico”, já que Setúbal vai desta forma “começar a fazer parte da rede de agências mundiais que divulgam também as outras baías que já fazem parte deste clube”.

“A baía com todas as suas qualidades e valores patrimoniais, ambientais, culturais e de património tem todas as condições”, de acordo com André Martins, vereador do ambiente e turismo da Câmara de Setúbal, “para integrar o Clube das Mais Belas Baías do Mundo”. Segundo André Martins a delegação que está presente em Paris e que hoje vai receber o diploma que confere à Baía de Setúbal o reconhecimento de que é uma das mais belas do mundo, recebeu ontem “os maiores elogios por parte da Direcção do Clube”.

A entrada da Baía de Setúbal para o Clube das Mais Belas do Mundo vai também fazer com que haja uma maior “divulgação da cidade através das instâncias governamentais, junto da UNESCO e também nas principais feiras mundiais”, revela Duarte Machado, vereador da Câmara Municipal de Setúbal e mentor do lançamento da Baía de Setúbal para o Clube da mais Belas do Mundo

Esta entrada “vem dar mais responsabilidade à Câmara de Setúbal”, revela Carlos de Sousa adiantado que “um dos maiores problemas desta baía é a poluição”. Problema que “vai começar a ser combatido pela autarquia” com a entrada em funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), no início do próximo ano.

Com a ETAR, “vão ser lançadas ao rio as águas ao nível mais puro e totalmente inofensivas para o ecossistema”, garante Mata Cáceres, vereador da Câmara e presidente da autarquia aquando da candidatura da Baía de Setúbal para o Clube das Mais Belas do Mundo. A estação de tratamento que, de acordo com Mata Cáceres, “custou à autarquia 35 milhões de euros”, vai englobar o tratamento de todos os efluentes no que diz respeito a Setúbal. Ainda assim, este responsável afirma que “é preciso também que haja um esforço por parte das empresas existentes de forma a atenuarem as descargas para o rio” e refere que “as empresas não podem partir do pressuposto que a ETAR vai resolver tudo”.

Com a entrada em funcionamento da Estação de Tratamento de Águas Residuais “a maior parte dos efluentes orgânicos vão ser tratados antes de entrarem no rio Sado”, explica André Martins. Mas o vereador refere que “há ainda um longo caminho a percorrer, que passa também pelo investimento por partes das empresas mais poluentes de forma a atenuar a poluição”

O mesmo responsável refere que uma das justificações dadas para a entrada da Baía de Setúbal para as Mais Belas do Mundo é por “esta poder ser uma forma de maior reconhecimento nacional e internacional na área do ambiente” e consequentemente “por haver um maior investimento para a despoluição e um melhor ordenamento do território”, explica André Martins.

Segundo Carlos de Sousa “todas as empresas vão ter que contribuir para se tentar resolver este problema”. O presidente da autarquia sadina afirma também que “o Governo terá também de contribuir de forma a arranjar soluções para atenuar a poluição”. Um problema que vai ficar resolvido, segundo Duarte Machado, “quando em 2005 todas as empresas já tiverem adoptado as directivas da União Europeia, as quais estão obrigadas a cumprir até essa data”.

Uma situação que é também lembrada pela governadora civil de Setúbal, Maria das Mercês Borges, adiantando que “neste momento já existem tecnologias para minimizar os impactos da poluição e que por isso há que fazer um grande esforço nesse sentido”. Para esta responsável, o reconhecimento da Baía de Setúbal como uma das Mais Belas do Mundo “é um impulso para o desenvolvimento do turismo e é sem dúvida uma grande mais valia, desde que a baía seja preservada mas também requalificada”.

O turismo é também, para o presidente da autarquia, “o ponto mais forte” em termos de desenvolvimento para a cidade de Setúbal, mas revela que “tem também que haver uma diversificação do tecido económico”. Para este responsável a actividade económica é uma das grandes potencialidades da Baía de Setúbal, entre as quais destaca o serviço do Porto de Setúbal. Carlos de Sousa realça também outras grandes riquezas da Baía como é o caso “da fauna e da flora”.

O Rio Sado é também, para Duarte Machado, “um factor de distribuição de riqueza, não só do concelho de Setúbal mas sim de todo o distrito”. Com a entrada para o Clube, o vereador acha que este “é o momento de se tratar também do embelezamento da cidade para que esta se torne mais actartiva de modo a trazer e a fixar alguns turistas”.

Para Mata Cáceres “a Baía é uma dádiva da natureza” que tem que se “preservar de um modo sustentável”. A entrada para as Baías Mais Belas do Mundo é, para o ex-presidente, “muito importante” mas adverte que “Setúbal não pode convencer-se que apenas vai sobreviver das espécies existentes, é importante preservá-las mas também não se pode esquecer o desenvolvimento, através de empresas cuja actividade não seja poluente”. Para o vereador entre estes dois pontos tem que “existir um meio-termo”.

Já Duarte Machado, apresenta como elo fundamental entre a natureza e o desenvolvimento, o Clube Naval Setubalense, apresentando deste modo, “uma maior dinâmica sustentável de Setúbal, com mais actividades desportivas”. De acordo com este vereador, “se este se tornar o principal clube da cidade podem haver desportos náuticos durante todo o ano”.

“A Baía de Setúbal é a segunda da Península Ibérica a entrar para o clube das mais belas do Mundo”, revela Duarte Machado, considerando que a Baía setubalense “é o expoente máximo de beleza natural”. Uma beleza que é também realçada por Maria das Mercês Borges, que considera que “esta é uma condecoração merecida pois a baía conjuga o azul do rio com o verde da Serra da Arrábida, o que a torna muito bela”. A presença dos golfinhos “torna-a ainda mais bonita” pois, segundo a governadora civil, “mesmo se não os virmos sentimos a sua presença”. Maria das Mercês Borges termina a sua descrição da baía considerando que “mesmo quando o tempo está menos primaveril a baía tem sempre as suas belezas e encantos”. seta-4932667