“A Baía é uma entrada e saída de cultura, uma porta aberta para ao Mundo”, afirma a governadora civil de Setúbal, Maria das Mercês Borges. “As suas características únicas” foram o principal motivo que levou Mauricio Abreu a fotografar vezes sem conta esta “maravilha da natureza”. Mas a baía foi também, inúmeras vezes, pintada por Rogério Chora. “A paixão pelos motivos marítimos” e uma vida ligada ao rio foram razões que levaram este artista a colocar na tela as belezas da baía.
“A baía representa todo o modo de vida à sua volta, todo o conjunto de pescadores que lá exercem a sua actividade”. As fotografias de Maurício Abreu tentam captar a baía, tanto “do ponto de vista económico, como pelos seus aspectos ecológicos, como é o caso dos golfinhos que neste local acasalam e se alimentam”.
Rogério Chora nasceu e sempre viveu em Setúbal, descendente de um avô pescador e de outro armador, levou a que este pintor entrasse, desde muito novo “em contacto com o meio piscatório”. A sua “paixão pelo mar” levou-o também a ser armador, e mais tarde a retratar a baía, que já pinta há cerca de 50 anos.
Nas fotografias de Maurício Abreu “impera a relação entre o azul do céu e da água”. A península de Tróia foi outro elemento muito fotografado por este fotógrafo, por ter “também aspectos muito peculiares, como é o caso do Porto Palafítico da Carrasqueira”, afirma Maurício Abreu.
O mesmo artista salienta que “a baía esteve sempre um pouco desprezada e parece que só agora a descobriram”. “Até agora as pessoas tinham pouco espaço para usufruir da baía, mas essa situação já foi um pouco colmatada com o arranjo do jardim junto ao rio, mas há ainda muitas zonas maltratadas”, referiu o fotógrafo que há mais de 20 anos fotografa a baía e já perdeu a conta a quantas fotografias já tirou à baía.
Já Maurício Costa, presidente da Liga de Amigos de Setúbal e Azeitão, acredita que a zona ribeirinha da cidade deve ser também uma “zona habitacional através de estruturas de lazer, da constituição de zonas pedonais, de zonas verdes e de ciclovias”. Este responsável realça ainda a hipótese de “trazer para esta zona os museus de oceanografia e de arqueologia”. “Tem que haver um conceito de requalificação urbana, mas também de uma vertente ambiental pois, sem esse conceito, o Programa Polis não passa de uma caricatura”, conclui Maurício Costa.
Agora que a baía de Setúbal vai passar a fazer parte das mais Belas do Mundo e a “cidade vai passar a estar contemplada em muitos roteiros turísticos e por isso é necessário arranjar fios condutores que levem os visitantes a interessarem-se também pelo património riquíssimo que Setúbal tem”, refere Maria das Dores Meira, vereadora da cultura.
De acordo com a vereadora, este galardão vai permitir, também que os turistas que vêem visitar Setúbal, fiquem a conhecer “os grandes vultos históricos da cidade como foram Luísa Todi e Bocage”. Maria das Dores Meira refere ainda que este “é o único rio no nosso país que tem a presença dos golfinhos roazes” e classifica todo o estuário como “lindíssimo e paradisíaco”.
“Tudo o que seja para beneficiar a cidade é bem-vindo” afirma Rogério Chora, adiantando que este galardão “é mais que merecido”. A baía de Setúbal é, para este pintor, “a mais bela do mundo”, e mesmo quando está fora Setúbal tem sempre a cidade e o rio dentro do seu pensamento. 