O futuro é sempre uma incógnita, mas o futuro da Baía de Setúbal, com a sua entrada para o Clube das mais Belas Baías do Mundo passa, segundo Mata Cáceres, “pela adopção por parte das empresas de tecnologias de ponta que evitem a poluição e empresas com grande aproveitamento turístico, com a introdução de novas unidades hoteleiras”. Um futuro que passa também pela requalificação da zona ribeirinha, através das obras contempladas no Programa Polis. Obras essas que vão avançar, de acordo com o presidente da autarquia sadina, “o mais rápido possível”.
Carlos Sousa revelou que no próximo dia 18 vai haver uma reunião com o Ministro das Cidades e Ordenamento do Território, Isaltino de Morais, “onde ficará definido a quem será entregue o concurso público”. O mesmo responsável disse ainda que “o Programa Polis, ao melhorar toda a zona ribeirinha, vai também aproximar a cidade do rio, que ao longo deste anos têm andado afastados”.
Uma opinião que é também partilhada pelo vereador Aranha Figueiredo, garantido que “a cidade de Setúbal vai ter uma zona ribeirinha mais ligada ao lazer da população”. Tal como também afirmou Carlos de Sousa, o vereador Aranha Figueiredo, refere que com a entrada da baía de Setúbal para o clube “a responsabilidade da autarquia vai aumentar, na medida em que não se pode esquecer da poluição que ainda existe”. Este responsável refere também que “a Câmara está já a fazer um esforço relativamente a isso, com a realização da ETAR”, que entrará em funcionamento no início do próximo ano, mas garante que “as empresas ao longo do estuário têm que, também elas, fazer um esforço para que a poluição diminua”.
De forma também a melhorar e a prevenir problemas ambientais, Celso Santos, director do Parque Natural da Arrábida, revelou que “está a ser criado um Programa de Monitorização da Qualidade da Água do Estuário” que vai permitir, segundo este responsável, “actuar de uma forma mais rápida e eficaz de modo a tratar da melhor forma os fenómenos anormais e a poluição”.
Para Mata Cáceres, “em Setúbal passou-se de uma fase de insensibilidade, no que diz respeito à preservação das espécies, e agora está a passar-se para a sensibilidade extrema”. De acordo com este responsável, tem que “haver um meio-termo, preservar a natureza e avançar com empresas, que não sejam poluentes”.
Relativamente ao programa Polis, o vereador Aranha Figueiredo afirma que “existe um plano estratégico que está a decorrer” e referiu que “no dia 6 deste mês foi já deliberado o fecho do parque de campismo para dali nascer uma zona verde”. “O arranjo de toda a zona ribeirinha, o retirar os estaleiros da Praia da Saúde, o arranjo da Lota, do Clube Naval, a elaboração de um passeio pedonal desde a praça do Bocage até ao rio, e o próprio arranjo da Avenida Luísa Todi, são projectos que fazem parte do Polis”, e que vão, de acordo com Aranha Figueiredo, “contribuir para reordenamento e para devolver a cidade ao rio”.
De acordo com o vereador do Ambiente e do Turismo, André Martins, “tudo o que estiver ao alcance vai ser feito de modo a fazer essa aproximação”, e para isso afirma que o Programa Polis é um passo muito importante, pelo que destaca “o passeio que vai ser feito desde o parque urbano até Albarquel”. Mas André Martins refere ainda que, apesar de serem passos importantes, “demoram o seu tempo e envolvem também entidades exteriores à Câmara Municipal”.
“A baía, uma vez revitalizada, será um ponto forte de turismo e isso fará também com que a cidade seja reconhecida além fronteiras”, esta é a opinião de Maurício Costa, presidente da Liga de Amigos de Setúbal e Azeitão. Mas essa revitalização “tem que ser feita de uma maneira equilibrada onde se co-relacione a natureza, a baía e as pessoas”, refere o mesmo responsável, adiantando que “tem também que haver acções e actividades que a levem a ser reconhecida, em que o programa Polis é fundamental”. Fundamental é também, segundo Maurício Costa, “a criação de um centro Náutico e a constituição de uma marina”.
Para Aranha Figueiredo, a baía de Setúbal é uma das mais Belas do Mundo e por isso este “é um título merecido, também pelo seu enquadramento na serra”. Aranha Figueiredo volta a reafirmar que esta é uma classificação que vai aumentar as responsabilidades de todas as áreas, pois Setúbal vai passar a ficar “incluído nos roteiros mundiais do turismo”, por isso acredita também que “vai haver na cidade novos e mais turistas”.
Para Celso Santos, a candidatura da baía de Setúbal ao clube das mais belas do Mundo, “foi uma ideia feliz e veio no momento oportuno, como um factor de prestígio para a região e para a cidade, quer em termos paisagísticos e turísticos”. Já para o presidente da Região de Turismo da Costa Azul, Eufrázio Filipe, esta condecoração é, em termos futuros, “uma importante alavanca de promoção da Serra da Arrábida a Património Mundial”.
“A cidade, a baía e a serra são três elementos fundamentais para que Setúbal tenha futuro”, refere Maurício Costa, presidente da LASA. “Mas o futuro só se consegue com ambição e por isso todas as pessoas têm que participar, não criticando mas sim participando”, conclui o mesmo responsável. 