[ Setúbal na Rede] – APPACDM – Artigo Técnico

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Falar de SIDA com filhos

Falar de SIDA com os nossos filhos leva-nos necessariamente a abordar outras questões directamente relacionadas com esta doença, como é o caso da sexualidade e da droga.

Devemos estar preparados para o fazer, de acordo com as nossas convicções e valores com naturalidade e empregando as palavras adequadas a cada idade.

A SIDA é uma doença grave que não afecta apenas os toxicodependentes e os homossexuais como se pensava no inicio. A transmissão através de relações sexuais entre indivíduos de sexo diferente tem vindo a aumentar nos últimos anos. Na população portuguesa a SIDA tornou-se uma importante causa de morte de jovens com idades compreendidas entre os 25 e 35 anos.

A SIDA faz parte do nosso Mundo. As crianças ouvem falar dela na televisão, em conversas entre adultos ou entre os jovens; ficam curiosas e surgem então as primeiras perguntas.

Pode-se estabelecer o dialogo, por exemplo, a partir de um programa de televisão, de um artigo de jornal ou de uma informação recebida na escola.

Quando se coloca a questão de falar de sexualidade ou de droga muitos pais pensam: “Havemos de falar sobre isto na altura própria ; por enquanto ainda é muito cedo”. Mas, quando é essa altura? Será preciso esperar que os nossos filhos comecem a ter relações sexuais ou contacto com a droga para falar do assunto?

Sentir-se querida e apreciada pela família contribui para que a criança sinta confiança em si e possa atravessar a adolescência –período de mudanças físicas e psicológicas rápidas e também de múltiplas experiências sem grandes problemas.

A família e a escola não são os únicos meios  através dos quais os nossos filhos recebem informações e contactam com opiniões e ideias acerca do que os rodeia. Os amigos, a televisão  e o cinema proporcionam-lhe noções mais ou menos correctas ou distorcidas sobre temas como a sexualidade ou a droga

Se em casa tivermos sabido criar um clima de confiança e os nossos filhos souberem que podem contar connosco, connosco virão falar.   

É muito importante aprender a tomar decisões. À medida que vamos dando mais liberdade aos nossos filhos teremos de lhes exigir mais responsabilidade. A liberdade ajuda a crescer mas não significa fazer tudo o que se quer. As coisas insignificantes podem ter importância no caminho para uma liberdade responsável: arrumar os brinquedos, fazer a cama, pôr a mesa, etc.

Falar de sexualidade com os nossos filhos significa que consideramos a sexualidade uma parte importante das nossas vidas e que estamos dispostos a partilhar com eles, não só duvidas e inquietações, mas também os seus entusiasmos e alegrias.

Se respondermos com naturalidade e verdade abrimos caminho a outras perguntas. Pelo contrário se não respondermos ou o fizermos  com evasivas, cria-se a confusão e aumenta-se a curiosidade. Pode-se pensar que, ao darmos determinadas informações sobre a sexualidade, estamos a despertar nos nossos filhos uma maior curiosidade ou a incitá-los  a ter experiências sexuais “antes do tempo”.

Contudo muitos estudos demonstram que uma boa informação ajuda a pessoa a conhecer a sua própria realidade sexual e os seus limites.

É preciso explicar aos nossos filhos que as relações sexuais, vividas com amor e afecto, são uma parte importante da nossa vida, mas que podem envolver alguns riscos se não se tomarem precauções, a nível físico e emocional.

Sempre houve e sempre haverá drogas e não é possível nem desejável colocarmos os nossos filhos numa “redoma” para os protegermos. O que  temos a fazer é ajuda-los a crescer e a amadurecer num mundo onde a droga existe e faze-los conhecer bem os riscos que correm, principalmente quando outra das fontes de infecção da SIDA e Hepatite B è a partilha de material usado para injectar drogas.

A SIDA é uma doença provocada por um vírus chamado VIH ou Vírus da Imunodeficiência Humana. Este vírus actua destruindo aos poucos, as defesas naturais do organismo contra infecções, cancros, etc. o que faz com que a pessoa acabe por morrer vítima de doenças que até poderiam ser inofensivas se as suas defesas funcionassem normalmente.