[ Setúbal na Rede] – APPACDM – Artigo Técnico

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A criança com Paralisia Cerebral

É através do movimento que a criança aprende a conhecer-se a si própria e ao Mundo que a rodeia. Nas primeiras etapas do seu desenvolvimento ela aprende a dar pontapés e a levar as mãos à boca. Seguidamente começa a manipular objectos e a movimentar-se no espaço, rolando, sentando-se e atingido a posição de pé. De uma forma natural ela vai passando de uma fase para outra do seu desenvolvimento. Cada experiência nova prepara o caminho para a próxima, até que ela possa executar as tarefas mais complexas à medida que vai crescendo.

Na criança com Paralisia Cerebral este desenvolvimento natural é muitas vezes atrasado e alterado em resultado de uma lesão que ocorreu em determinada zona do seu cérebro. Para além de alterações ao nível do controlo da postura e dos movimentos, estão muitas associados défices sensoriais (visão, audição, sensibilidade), perturbações da linguagem e fala, problemas cognitivos, emocionais, de comportamento, epilepsia, entre outros.

De acordo com a extensão e localização das lesões e áreas afectadas, as manifestações podem ser bastante diferentes sendo os tipos mais comuns a Espasticidade e a Atetose. As crianças com Espasticidade são “duras” e têm dificuldade em movimentar-se. As crianças com Atetose têm muitos movimentos, mas estes são incoordenados.

A criança com alterações motoras graves tem limitações ao nível da quantidade e qualidade das experiências que pode estabelecer por si só e que são indispensáveis  para o seu desenvolvimento natural. Ela irá necessitar de ajuda para ver, tocar, sentir, e experimentar diferentes texturas, situações e ambientes. No entanto há algumas posições e formas de movimento que ajudam a que a criança tenha um maior controle da sua postura e movimentos, e que o faça de uma forma mais organizada . O Terapeuta pode ajudar os pais a conhecer essas situações e ensiná-los a introduzi-las na vida diária da criança.   

Silvia Duarte
Fisioterapeuta do STAP