[ Setúbal na Rede] – APPACDM – Artigo Técnico

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Uma casa bonita: a nossa história

Somos funcionárias da APPACDM – Setúbal e prestamos os nossos serviços no Lar  – Residencial da nossa Instituição.

O Lar é uma bonita vivenda situada na Quinta das Amoreiras, onde vivem quinze jovens, (rapazes e raparigas), entre os 8 e os cinquenta anos. Sentimo-nos satisfeitas com o nosso trabalho. Somos Úteis! O lar é a casa deles e é também a nossa casa.

Tratamos da limpeza e arranjo das roupas, cozinhamos, cuidamos da higiene diária de cada um deles; levamo-los ao médico quando necessário; cuidamos da manutenção e arranjo da casa para que mantenha limpa e confortável; damo-lhes atenção sempre que dela precisem; vigiamo-los dia e noite. Também ajudamos os que estudam, nos deveres escolares; brincamos com eles; criamos e mantemos uma ambiente familiar; acompanhamo-los em pequenos passeios ou a assistir a espectáculos; mostramo-nos carinhosas, embora também tenhamos que saber impor-nos, fazer-nos respeitar e obedecer. Trabalhar com deficientes não é tarefa fácil. Temos disso consciência:

–         O amor e o bom senso não bastam;

–         A natureza resolve alguns problemas, mas não todos;

–         É importante ter experiência mas ela não esclarece todas as dúvidas;

–         A instituição ajuda muito, mas nem sempre chega à hora certa.           Há conhecimentos que são indispensáveis e é necessário e urgente adquiri-los e utilizá-los. Para isso temos assistido a algumas sessões de esclarecimento e procuramos ajuda junto dos membros da equipa técnica, que nos aconselham e orientam.

Gostamos muito do nosso trabalho. Talvez  por isso a maioria das funcionárias que assistiram à inauguração se mantenham cá ainda hoje. Isso é óptimo porque assim os nossos rapazes e raparigas não sofrem grandes problemas de adaptação.  

Temos jovens que saem todos os dias para estudar e que trabalham também na associação. Frequentam o segundo ciclo, enquanto outro dos nossos jovens frequenta o ensino Secundário. Sentimo-nos felizes com os seus escritos e com os progressos dos mais fracos, tal como se fossem nossos filhos.

Gostaríamos de conhecer outros Centros e que os funcionários de outros centros nos visitassem, talvez falando, trocando ideias e experiências vividas, adquirindo assim mais e melhores conhecimentos porque eles são sempre poucos.

Aprendemos muito com os nossos jovens, até mesmo como os mais profundos. Aprendemos a conhece-los e a melhor lidar com cada um deles.

Nós, as senhoras da equipa de funcionárias auxiliares do Lar, já não somos jovens. Achamos no entanto que isso contribui para um melhor funcionamento do Lar. Todos somos mães de filhos criados. Isso ajuda muito porque estamos mais disponíveis para amar estes jovens, tão carentes e tão frágeis.                

O presente texto foi adaptado do original redigido em 28 de Outubro de 1994, de um artigo escrito pelas então funcionárias do Lar  – Residencial, Luduvina Silva, Maria Eugénia Guerreiro, Evangelina Ramos, Ercília Letras, Emília Ramos e Palmira Cardoso