WHALE-WATCHING:
O VALOR DA OBSERVAÇÃO DE CETÁCEOS
O que é ?
O Whale Watching consiste na observação de cetáceos (golfinhos e baleias) no meio selvagem. Esta actividade é conduzida a partir de uma plataforma, seja uma embarcação ou um ponto alto na costa, e por definição inclui tanto a vertente comercial como a vertente ocasional e oportunística. O Whale Watching, enquanto actividade comercial, teve o seu início em meados do Séc. XX na América do Norte. Actualmente desenvolve-se nas águas costeiras de mais de 65 países, sendo possível observar regularmente todas as espécies de grandes baleias e de diversos golfinhos. Ao longo da última década, a observação de cetáceos tem-se tornado numa actividade entusiasmante e de cres\cente popularidade em todo o mundo, e Portugal não tem sido excepção.
Como se realiza ?
Sendo esta uma actividade que pode provocar impactos negativos nas populações naturais de cetáceos, torna-se bastante importante conhecer as regras para a sua correcta realização. Assim, ficam aqui algumas indicações sobre o que se deve esperar de todos aqueles que realizam actividades de Whale Watching.
Uma viagem para a observação de cetáceos no meio selvagem deve incluir 5 partes distintas: (1) o período pré-viagem; (2) a viagem para observar as baleias; (3) o encontro com as baleias; (4) a viagem de regresso; (5) o período pós-viagem. No período anterior à realização da viagem deve ser feito um breve briefing, de modo a deixar os participantes à vontade sobre toda a actividade, devendo-se sempre manter realísticas as expectativas do encontro com os animais. Neste sentido, torna-se importante referir que a natureza nunca é previsível e que qualquer passeio é diferente do anterior.
É igualmente nesta fase que se faz a primeira abordagem aos aspectos conservacionistas relacionados com a actividade, oferecendo panfletos educativos com informação sobre as espécies (mais frequentemente observadas) e os ecossistemas marinhos. Durante a viagem de barco, e até ao encontro com as baleias, os passageiros devem ser informados sobre as regras de segurança, os códigos de conduta de observação, o modo de conseguir boas fotografias e ainda sobre a vida e comportamento de cetáceos possíveis de serem observadas. No decorrer da viagem também devem ser fornecidas informações sobre projectos de investigação, sobre o ecossistema em geral (incluindo as razões para a presença dos cetáceos) e ainda sobre aspectos históricos da região (por exemplo, o significado de alguns costumes costeiros).
Ao primeiro avistamento de um cetáceo pode gerar-se um momento de alguma excitação, devendo-se fazer a identificação da espécie e algum comentário que se justifique sobre o comportamento observado. Uma vez mais perto dos animais, deve manter-se o silêncio. Deve ainda referir-se que é muito importante ter em atenção alguns aspectos comportamentais que poderão indicar uma perturbação dos cetáceos devido à presença das embarcações: mergulhos por períodos prolongados; natação evasiva; batimento repetido da barbatana caudal. É fundamental não esquecer que a perturbação contínua dos cetáceos pode levar a que estes abandonem definitivamente uma determinada uma determinada zona. Um dos aspectos mais importantes no Whale Watching é a garantia de cumprimento de normas de conduta para a observação de cetáceos, de modo a preservar o bem-estar dos animais.
Depois de realizada a viagem, e considerando que o objectivo educacional do Whale Watching é a transmissão de mensagens de conservação, os participantes devem ser encorajados a envolver-se em outras acções em prol do meio ambiente. Isto pode ser feito, por exemplo, através da oferta de contactos de associações ligadas ao estudo e conservação de cetáceos.
Cristina Brito
NORMAS DE CONDUTA
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Apenas embarcações licenciadas ou com autorização devem operar viagens de Whale Watching com fins comerciais.
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Embarcações privadas (desde pranchas de surf e kayaks, até grandes iates) não necessitam de licença para a observação de cetáceos, mas têm que aderir às normas que regulamentam o Whale Watching.
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Não é permitido nadar, alimentar ou tocar nos animais. Qualquer uma desta acções pode causar stress ao animal e ser perigosa para as pessoas.
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Qualquer embarcação, tanto a motor como à vela, que se encontre a uma distância até 300 m de um cetáceo encontra-se na sua Zona de Contacto. As regras seguintes aplicam-se para embarcações que se encontram nesta zona:
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Uma embarcação nunca deve causar uma mudança de direcção de deslocação ou uma alteração da velocidade de deslocação de um cetáceo.
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Uma embarcação nunca deve causar a dispersão ou a separação de um grupo de cetáceos.
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Uma embarcação, tanto com o motor a trabalhar como à deriva, nunca se deve aproximar directamente pela parte de trás de um cetáceo nem pela zona frontal.
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Uma embarcação deve manter sempre uma distância mínima de 100 m de um cetáceo (excepto embarcações licenciadas para “Investigação” em situações particulares).
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Uma embarcação nunca deve bloquear a direcção de deslocação de um cetáceo ou qualquer passagem disponível para a deslocação do animal, isto numa área em que a passagem livre da baleia está impedida por qualquer obstáculo (como uma barreira natural, uma zona de água baixa ou outra embarcação).
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Uma embarcação deve abandonar o local de avistamento face a qualquer sinal do animal estar perturbado com a sua presença.
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