[ Setúbal na Rede] – Provedor do Leitor

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PROVEDOR DO LEITOR

DO “SETÚBAL NA REDE”

Actual Provedor do Leitor: João Palmeiro
Contacto: [email protected]

 

Imparcialidade e regionalidade, duas ideias para a qualidade jornalística

mas que não impedem a criatividade

 

Caros leitores do “Setúbal na Rede”,

Hoje começo por dirigir particularmente ao leitor Vasco Gonçalves (VG), a quem agradeço as palavras de encorajamento que dirigiu; elas são sobretudo merecidas pela equipa do “Setúbal na Rede” a quem endosso o seu apoio.

A questão levantada por este leitor tem a ver com o enfoque mais local que as notícias do “Setúbal na Rede” poderiam ou deveriam ter. O propósito é o último Congresso do PCP realizado em Almada, no Distrito de Setúbal, e que por essa razão, além do tratamento de acontecimento nacional deveria ter um tratamento também local. E este tratamento justificaria a atenção do “Setúbal na Rede”.

Vesti a pele de um leitor e fui pesquisar. E para que não restassem dúvidas pedi ao motor de busca “congresso do pcp” e “congresso do psd” (que se realizara quinze dias antes no Norte do país). O resultado da busca foi idêntico para os dois casos:

0 (zero) referências encontradas.

Depois segui para o Estatuto Editorial (EE), que reconheço, está um pouco escondido pois é preciso ir à ficha técnica e daí passar para o EE.

Lá encontrei apenas, para a matéria em apreciação e logo no primeiro preceito, a afirmação de que o “Setúbal na Rede” é um jornal regional.

Posso pois concluir que à luz do EE a interpretação que a redacção faz da relevância dos factos e acontecimentos é que eles têm de ser provenientes, pelo menos em matéria partidária, dos poderes ou estruturas locais, uma vez que, tanto no caso do PCP como no do PSD, a redacção optou por ignorar os respectivos Congressos, o que mostra um critério de imparcialidade como está previsto no EE.

Assim, a minha primeira apreciação à dúvida levantada pelo leitor VG é que a redacção cumpriu o seu EE, certamente numa perspectiva de imparcialidade e numa interpretação restritiva do seu âmbito regional.

Mas a questão de VG merece uma outra reflexão, baseada no interesse local de um evento como um congresso partidário. Certamente que, como refere VG na sua carta, a sua organização envolveu muitos cidadãos do Distrito de Setúbal, como o PSD terá envolvido de Barcelos, e tratar de um e não do outro poderia não ser um acto parcial da redacção; por outro lado, como VG reconhece, a cobertura do evento a nível nacional deixa o “Setúbal na Rede”, com a sua reduzida redacção, num papel de repetidor.

Sê-lo-á à primeira vista, mas não deixarei de referir que a minha opinião é que, ao lado do acontecimento político desenvolve-se a tal organização a que possivelmente poucos ou nenhum jornal nacional terá dado relevo e que possivelmente teve a encabeçá-la uma estrutura partidária local. E aqui estaria, com criatividade, um serviço que o “Setúbal na Rede” poderia ter prestado aos seus leitores, reportando o trabalho tantas vezes esquecido de quem organiza, mostrando as vantagens económicas e promocionais que um Congresso partidário (de qualquer partido ou entidade associativa mesmo) trás para a região que o recebe.

Mas, tratando-se de uma questão de criatividade da redacção, e tendo sido cumprido o EE, ao Provedor resta prometer que na próxima reunião do Conselho Editorial a questão será discutida, tendo em vista um melhor esclarecimento no EE do que se entende por ‘Regional’ e de como a ‘imparcialidade’ não pode ser um critério de mera defesa, mas antes de tudo de criatividade.

Aproveitarei também essa próxima reunião do Conselho Editorial, cuja composição está junto à fica técnica do jornal, para propor que o EE tenha honras de página de entrada, uma vez que ele é, como já aqui referi noutros textos, o verdadeiro contrato de responsabilidade social entre o jornal e os seus leitores.

Antes de terminar quero propor aos meus leitores um artigo que a revista Meios, da Associação Portuguesa de Imprensa, vai publicar no seu próximo número (que poderá ser consultado em www.aind.pt a partir de 15 de Dezembro p.f.), mas que desde já aqui lanço em attach: “Blogues, logo existem”, da autoria de Vanda Ferreira.

Acredito que é uma importante peça na reflexão que vos tenho proposto sobre as várias formas de opinião e intervenção cívica na Internet… independentemente do que eu penso!

Boa semana de trabalho, com um bom feriado e agora já cheira mesmo a Natal com estas iluminações por todo o lado.

Textos anteriores

Regulamento do Provedor do Leitor do “Setúbal na Rede”