Algumas palavras:
O que fazer ou não depende muito do estado de espírito, dos gostos pessoais, do tempo disponível, da companhia, etc, etc.
Há 500 anos atrás, por exemplo, tempo era o que não faltava mas, em compensação não havia muito onde aplicar esse tempo. Os nobres guerreavam ou festejavam, o zé povinho tratava das hortas. A vida era um tanto monótona mas ( tudo é relativo ) como também não havia publicidade nem hipermercados, as pessoas não tinham variedade de necessidades. Digamos que a mente nem sequer se preocupava com esse problema entediante que é o de vencer o tédio pois, em termos práticos, o tempo até acabava por ser pouco. Repare que bastava a pessoa pensar em ir ver um amigo ou familiar a uns 50 km de distância e lá se passavam dois dias, coisa que agora se faz em meia-hora.
Mas a nossa leitora é de agora e não de quinhentos, o que quer dizer que há um mundo de solicitações, de possibilidades e que, quando isso acontece, muitas vezes ficamos bloqueados. É como chegar a um parque de estacionamento só ocupado em metade e ficarmos indecisos, estacionar aqui mas logo decidir estacionar ali enquanto que quando não há lugares enfiamos no primeiro buraquinho que surge.
Consultando o nosso Manual de Questões Diversas, lemos na página 21.070 que “…passar o tempo a pensar como passar o tempo é um ciclo vicioso de que se deve fugir pois acaba por se passar o tempo da maneira mais inútil e, muitas vezes, quando descobrimos uma forma de passar o tempo… o tempo já passou”.