Esta semana fomos ver
“ A comunidade de golfinhos do estuário do Sado é única no país e uma das poucas existentes na Europa a viver de uma forma permanente num estuário ou baía, como é por exemplo a comunidade que existe na Escócia – em Moray Firth, no País de Gales – na baía de Cardigan, ou em Itália – na ilha de Sardenha.
Nos anos 80, esta população de golfinhos contava com cerca de 50 indivíduos, mas o número de habitantes tem vindo a diminuir e, actualmente, está reduzida a menos de 40 golfinhos.
Sabendo que esta comunidade só se vai manter no estuário enquanto houver alimento suficiente, receia-se que se repita o que aconteceu no Tejo, onde até aos anos 60 se podiam avistar grupos de golfinhos que tinham como a sua casa aquele espaço. Destes já só resta a memória de quem teve a felicidade de os vislumbrar, pois a progressiva degradação da qualidade da água e o aumento do tráfego marítimo acabou por os afastar. Pensa-se que alguns deles tenham migrado para junto da comunidade do Sado.”
(Excerto retirado do programa “Observação dos Golfinhos”, realizado pela “Vida Selvagem”)
Esta semana fomos ao encontro da natureza. Entre a serra da Arrábida e Mitrena, sem esquecer a península de Tróia no meio, estamos em pleno estuário do Sado, habitat de alguns golfinhos residentes.
Aqui , para além das belas paisagens que nos rodeiam (de facto, os setubalenses têm muita sorte!!!), do belo almoço que nos foi proporcionado pela organização e das explicações que nos foram fornecendo, ainda tivemos o prazer de contactar com essas criaturas sociáveis e amáveis que são os golfinhos.
Temos como único reparo o facto de não ter havido a possibilidade de uma explicação mais extensa acerca destes animais e da própria região; no entanto, sabemos que este tipo de passeio (excursão) tem como condicionante o próprio grupo.
Fazer um passeio de barco com o intuito de observar golfinhos, e eventualmente saber um pouco mais acerca deles, tem como um dos objectivos saber quais os seus hábitos. Mas há ainda muito por saber sobre estes nossos vizinhos, porque o seu estudo baseia-se unicamente na observação; por exemplo não se sabe ao certo como funciona a maternidade, apenas que as fêmeas protegem sempre as crias, de forma a que esta se encontre sempre no meio do grupo.
São animais (mamíferos marinhos) de sangue quente, que respiram através de pulmões, que têm uma gestação de 11 a 12 meses.
No parto sai primeiro a cauda e depois a cabeça, de seguida a mãe eleva a cria à superfície para esta respirar pela primeira vez , impedindo que se afogue. A amamentação vai até cerca dos 18 meses de vida, mas a partir dos 6 começa a ingerir alguns alimentos sólidos (e começa a aprender algumas técnicas de caça). Vivem em grupo e são seres sociais, o que terá sido fomentado pelo seu sistema sensorial, que lhes permite comunicar e conhecer o ambiente que os rodeia. Nascem, vivem e morrem dentro de água.
Curiosidades:
Os golfinhos do estuário do Sado chamam-se Roazes-corvineiros, porque têm o hábito de roer as redes dos pescadores para lhes roubar o peixe, principalmente a corvina, que é o seu alimento preferido.
As orcas são da família dos golfinhos, ou seja, Delphinidae e não da das baleias.
Podem estar sem respirar dentro de água até de 10 a 15 minutos, mas normalmente vêm à tona respirar de 2 em 2 ou de 5 em 5 minutos.
As crias quando nascem têm uns pêlos no bico e na cabeça, que desaparecem pouco tempo depois.
Têm uma apurada percepção auditiva (ecolocalização), que consiste em emitir ultrasons que se propagam e que quando embatem em qualquer alvo (peixes, rochas, barcos, outros golfinhos, etc.) reflectem o eco em direcção ao ouvido interno do golfinho, dando-lhe a indicação da localização, tamanho, forma e número dos objectos e toda a perspectiva do ambiente numa área de vários quilómetros de distância.
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Gostávamos de agradecer à Ana, à Mafalda e ao Luís Alberto pelo seu esforço e amabilidade.
Este passeio é organizado pela “Vida Selvagem”.
E-mail: [email protected]