DIZ O LÍRICO:
Um deputado do PP, Daniel Campelo, eleito por Viana do Castelo, apresenta um caderno reivindicativo ao Governo, manifestando-se disposto a votar a favor do Orçamento Geral do Estado se o Governo der provas claras de querer resolver uma série de problemas crónicos da região que ele representa.
Escândalo nos políticos da oposição!
Quando todos esperavam que o Orçamento não passasse é afinal um deputado da oposição que o vem viabilizar.
Ah ah ah ah ah ! Lindo! Lindo! Adorei ouvir as reacções pomposas dos doutores engravatados e muito civilizados da nossa política perante um jogada individual à Eusébio
Como lírico que sou, só posso dizer:
E se em vez do Daniel Campelo tivesse sido aquele da Madeira, sabem? O chefe de lá! O João Jardim!! Quem iria levantar a garimpa?
Digam o que disserem, é sabido que a opinião pública portuguesa tem uma péssima opinião dos políticos. Será que este caso lhes dá uma imeeeeeeeeensa dor de cotovelo por vir agora um político dizer em voz e mostrar de forma prática, mesmo contra o seu presidente (a quem manifestara a sua intenção antes de ela se tornar pública) , que se marimba para as jogadas políticas partidárias e que quer é servir os que o elegeram? É que, na verdade, é isso o que todos os eleitores esperam dos políticos. É só isso! E é isso que Daniel Campelo mostra como se pode fazer – colocando os eleitores acima do jogo de poder.
É uma bela atitude guevarista, romântica e comovente para quem o tem como presidente da Câmara.
Mas dizem os outros políticos que não é ético. E parece que não é mesmo. Então se se vão aprovar as verbas a distribuir para os Ministérios, a um nível nacional, negociado entre as forças nacionais, vem um representante de uma zona fazer… chantagem com o poder do seu voto?
E se todos os deputados passassem a fazer o mesmo de que valeria um Orçamento Geral de Estado? Seria apenas o somatório das verbas autárquicas.
Como ainda ninguém falou nem ao de leve em corrupção, o que em jornalismo significa ter a certeza de que não há mesmo corrupção, acredito que as suas intenções são boas mas não há dúvida que o que ele está a dizer é:
– Amanhem-se lá como quiserem porque desde que me toque cá o meu, tanto se me dá como se me deu.
Pois é. Não pode ser. Isso é mesmo a negação da democracia.
Ah Ganda Daniel !!!! Que pena não serem desta fibra todos os políticos! Mas estás é no sítio errado. Suspeito que devias estar mas era a liderar um partido!
Mas isto sou eu empolgado a falar, porque sou um lírico…..