Estamos na época do culto da informação. Informação? Qual informação? Palavras a granel despejadas como carga de camião em armazéns gigantescos, sejam eles a Internet, os jornais, as revistas, os livros, a televisão? Milhares e milhares de textos e discursos à volta de um assunto sendo que a imensa
maioria se repetem uns aos outros?
Há mais informação, sem dúvida, estou mais informado, sem dúvida. Mas não na proporção directa da quantidade de documentos disponíveis em armazém. Como diz o bom senso, tudo o que é demais não interessa ou, pior, enjoa. Parece que é isso que está a acontecer.
O excesso de informação está-lhe a retirar eficácia. Navegar na Internet para recolher matéria sobre um assunto pode ser desesperante e até desmotivador quando para se encontrar o que se quer se tem que abrir 234 caixotes de lixo. Onde estão afinal as tão cantadas maravilhas da era da informação? Existem mais canais – a net, o telemóvel, a vídeo conferencia, o cd-rom – existe mais rapidez e facilidade no acesso às fontes através dos referidos canais e nesta perspectiva há motivo de satisfação.
Mas uma coisa não podemos esquecer: não há informação sem “informadores” e esses não
nascem da tecnologia. A actual informação ainda está a ser fornecida por uma geração – talvez a última – formada, em grande parte, com livros de autores reconhecidos. A próxima geração terá o seu conhecimento formado por exercícios de colagem de informação pesquisada na net? Quem são os autores dessa informação? Quais as suas fontes? Que credibilidade merece grande parte do que para aí se “disponibiliza” como sendo informação? Como distinguir o curioso do estudioso se é tão fácil colocar texto na net?
Fica o alerta: toda a informação tem um autor e… nem tudo o que luz é ouro.