CONECTARTE – FIGURAS

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VIRIATO 

O HERÓI LUSITANO 

Em 197 a. C., deu-se início à dominação romana na Península Ibérica que foi dividida em duas províncias : a Celtibera e a Lusitânia, embora isto não signifique que houvesse controle total dos territórios. Os nativos das regiões não suportavam os impostos dos pretores (governadores das províncias) e o facto dos romanos nunca cumprirem os tratados feitos. Um exemplo da falsidade estratégica dos romanos dá-se  quando o pretor romano Servio Supicio Galba, em 150 a.C., reuniu um grande número de lusitanos para uma suposta divisão e entrega de terras aos nativos. Por ser esta a finalidade do encontro, os lusitanos encontravam-se desarmados e o que ocorreu foi um grande massacre. Galba usara este argumento apenas para tê-los na mão e, assim sendo, ordenou uma grande matança. Trinta mil lusitanos foram esfaqueados, dentre eles homens, mulheres e crianças. Os que não foram mortos foram vendidos como escravos nas Gálias. Acredita-se que Viriato, jovem pastor dos montes Hermínios, tenha sido um sobrevivente desta chacina e a partir daí ergueu-se como líder popular e persuadiu seus compatriotas a resistirem ao império romano, apoiado pelas populações indígenas (numantinos, por exemplo). Além de ter sido pastor, era caçador , bandoleiro e foi capitão de ladrões de estrada, cujo bando praticava, em simultâneo com outros bandos semelhantes, frequentes assaltos, saqueando os povoados das regiões mais ricas das planícies do Sul.

Viriato foi chamado por Lucílio de ” Aníbal bárbaro”, tendo seu génio militar igualado o do grande general cartaginês. A sua estratégia foi a luta de guerrilhas muito popular com os guerreiros hispanos e usado por Viriato não só em sua defesa, mas para o ataque.

Uma vez , cercados pelas forças do pretor Vitílio em Betis, na Turdetânia, Viriato não deixou que sua gente acreditasse na capitulação honrosa que o pretor oferecia, lembrando aos seus companheiros a traição anterior de Galba. Fugiram e foram perseguidos pelos romanos, mas conseguiram emboscá-los no desfiladeiro de Ronda, que separa a planície do Guadalquivir da costa marítima da Andaluzia, fazendo uma espantosa chacina na qual Vitílio também pereceu.

Depois dessa vitória, Viriato foi para a Hispania Citerior onde derrotou várias vezes o exército de Caio Plaucio apoderando-se de Segóbriga e das tropas de Cláudio Unimano, o cônsul da Hispania Citerior. Perante a gravidade da situação, o senado romano tomou medidas extraordinárias, enviando um novo cônsul com um forte exército. O cônsul era Quinto Fábio Máximo, irmão de Cipião ” O Africano”, que juntamente com o pretor Caio Lelio atacaram Viriato, obrigando-o a abandonar a Bética. Viriato retorna mais forte e derrota Quinto em 143-142 a.C. em Baecula, obrigando-os a refugiar-se em Córdova. As vitórias de Viriato encorajaram os Celtiberos a renovarem sua resistência à Roma, o que acendeu uma luta que só terminaria em 133 a.C. com a queda da Numância.

Outro cônsul foi enviado, Fábio Máximo Serviliano, que obrigava Viriato a se retirar também. Em 130 a.C. o lusitano  vence-o, matando mais de 3000 romanos, encurralando o inimigo, mas poupando a vida do cônsul em troca de promessas e garantias de os Lusitanos conservarem o território que haviam conquistado. Por este acto de clemência, Viriato foi declarado “rex” e amigo do povo romano ( amicus populi romani) pelo senado conseguindo um estado independente. Mas havia quem estivesse insatisfeito com essa trégua , quem achasse esse tratado de paz humilhante e vexatório. Os governadores Popilio Lenas e Quinto Servilio Cipião com o tácito consentimento do senado renovaram a guerra. Após tantos anos de luta Viriato tinha agora um exército desfalcado e fatigado. O novo governador Quinto Servílio Cipião reforçado com as tropas de Popílio Lenas , dispunha de forças muito superiores. Viriato foi obrigado a negociar com Roma pela paz, chegando a entregar aos romanos alguns dos principais revoltosos. Enviou três emissários Audas, Dikalton e Minuros, os quais considerava seus melhores amigos. Cipião subornou aos três para que matassem Viriato. O líder rebelde foi assassinado enquanto dormia em 139 a. C. Quando os traidores voltaram à Roma para receberem o seu pagamento tiveram como resposta: ” Roma não paga traidores.” … Como consequência da morte de Viriato e da expansão militar romana deu-se a queda da mítica Numancia (133 a . C.)

Além de ser considerado um grande herói, o que mais traduz o sentido de independência , estóica heroicidade e sacrifício por Portugal, Viriato também é visto como herói pela Espanha ( uma vez que ele é de uma época anterior à formação das nacionalidades ibéricas). 

Bibliografia: Dicionário de História de Portugal de Joel Sertão

Escudo de Zamora, Espanha : O braço armado de Viriato com uma bandeira de oito faixas encarnadas que simbolizam as oito vitórias do herói sobre governadores romanos.

“Sed tota certaminum moles cum Lusitanis fuit et Numantinis. Nec inmerito. Quippe solis gentium Hispaniae duces contigerunt. Fuisset et cum omnibus Celtiberis, nisi dux illius motus initio belli vi oppressus esset, summus vir aestu et audacia, si processisset, Olyndicus, qui hastam argenteam quatiens quasi caelo missam vaticinanti similis omnium in se mentes converterat. Sed cum pari temeritate sub nocte castra consulis adisset, iuxta tentorium ipsum pilo vigilis exceptus est. Ceterum Lusitanos Viriatus erexit, vir calliditatis acerrimae, qui ex venatore latro, ex latrone subito dux atque imperator et, si fortuna cessisset, Hispaniae Romulus, non contentus libertatem suorum defendere, per quattuordecim annos omnia citra ultraque Hiberum et Tagum igni ferroque populatus, castra etiam praetorum et praesidia adgress, Claudium Vnimanum paene ad internecionem exercitus cecidisset et insignia trabeis et fascibus nostris quae ceperat in montibus suis tropaea fixisset. Tandem eum Fabius Maximus consul oppresserat; sed a successore Popilio violata victoria est: quippe qui conficiendae rei cupidus, fractum ducem et extrema deditionis agitantem per fraudem et insidias et domesticos percussores adgressus, hanc hosti gloriam dedit, ut videretur aliter unici non potuisse. “