CONECTARTE – TRABALHOS DE GAVETA

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Pensamentos e aforismos natalinos

 Nesta altura é sempre a mesma coisa:

toda a gente cumpre as exigências da Quadra Comercial Natalícia;

mas… toda a gente se preocupa em deixar bem claro que o Natal é uma hipocrisia; 

mas… ninguém diz – “Acabe-se com o Natal!!” nem sequer… – “eu não faço nada no Natal”

 “Quando a vida corre mal lembra-te do Pai Natal”

 O calendário tem muitas festividades, religiosas e pagãs, políticas e outras. O Estado português é laico mas são as festas religiosas e afins as que movimentam TODA a sociedade e trazem os melhores feriados – veja-se a Páscoa, as amêndoas e as “amêndoas”, veja-se o Carnaval, vejam-se os Santos Populares, veja-se o Natal. Ainda bem que somos católicos mesmo não sendo lá muito católicos.

 “No Natal ninguém leva a mal. No Carnaval também não. Na Páscoa é que piora a televisão”

 Apesar de tudo o que se diz contra o Natal, como forma de mostrar que somos contra o “sistema consumista” sentimo-nos um farrapo se, por qualquer motivo, não recebemos as prendinhas de quem esperávamos… Não é fácil ser colocado fora, mesmo do que dizemos não gostar. Por isso é que todos gostam de se demitir antes de serem demitidos. Mesmo que se saiba que era inevitável a saída, fica sempre bem poder dizer: – “Fui eu que decidi”.

 “Se não te deram presente já sabes o que o excluído sente”

 “Mais vale um par de meias no pinheiro que descalço e roto o ano inteiro”

 Nesta época é que as criancinhas revelam toda a sua tirania e vilanagem, impondo a sua vontade pela força da birrinha, pela representação do desejo imenso ou pelo cinismo do “todos vão ter menos eu”. Não poder dar-lhes o que eles tanto almejam é fazer-nos sentir autênticos reis Herodes. E ainda falam nos direitos das crianças? Exijam-se leis de protecção paternal natalícia e sessões de esclarecimento aos filhos, nas escolas.

 “Quem aos seus não dá não significa que seja mau papá”

 Quando acabar o bacalhau, como festejaremos o Natal? A tradição é terrível a condicionar-nos e pode estragar-nos os bons momentos. Digam o que disserem, quando não houver bacalhau o Natal não será o mesmo. Curioso é que esse peixe nada tem a ver com a história de Jesus. Poderia, no mínimo, ser a invocação de um qualquer acontecimento fortuito da sua história mas mesmo no milagre da pescaria, em que Jesus encheu de peixes a barca dos seus apóstolos, não se faz referência ao bacalhau.

 “Sem bacalhau e couve portuguesa não te sentes, no Natal, à mesa”

 E para terminar, lembro-me de um antigo ditado:

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