Critérios Justificativos
1. A Baía de Setúbal constitui o mais importante habitat natural para conservação do roaz-corvineiro:
O ROAZ-CORVINEIRO, Golfinho-de-bico-de-garrafa para os anglo-saxónicos e Tursiops truncatus de seu nome científico, tem uma comunidade residente no estuário do Sado e zonas limítrofes, comunidade essa que tem permanecido estável ao longo dos 17 anos em que foram sendo estudados mais exaustiva e sistematicamente, e que ronda os 30 a 40 indivíduos que podem viver até aos 50 anos de idade.
Pertence ao grupo dos mamíferos marinhos denominado genericamente de Golfinhos, em que a sua estrutura morfológica é altamente hidrodinâmica e que termina num focinho proeminente.
Desloca-se com o auxílio de uma barbatana dorsal encurvada e robusta que tem a particularidade de ser o bilhete de identidade destas criaturas marinhas.
Desde sempre que os golfinhos fascinam os homens!
Com os seus saltos e piruetas, expressão aparentemente alegre e um estilo brincalhão fazem as delícias dos nossos corações e espíritos.
São animais muito inteligentes e curiosos que vivem em paz e harmonia com toda a natureza e que desenvolvem ligações sociais de longa duração.
São mamíferos marinhos que se encontram hoje em dia ameaçados pela poluição ambiental.
Em 1993, foram observadas manchas, umas escuras outras claras, em 85% dos golfinhos que residem no Sado e que são sinais de possíveis perturbações cutâneas. Essas perturbações cutâneas nos golfinhos podem revelar stress ou deficiências no sistema de imunização, causadas possivelmente pela poluição. Essas perturbações têm vindo a aumentar e sabe-se que por enquanto não são fatais.
O Golfinho, símbolo da Costa Azul, é uma ilustre espécie do Sado e o anfitrião perfeito para um mundo onde a natureza é uma surpresa e uma descoberta.
1. A Baía de Setúbal dispõe de um Plano de Gestão e Desenvolvimento coerente que poderá servir de referência no ordenamento de outras áreas similares: O Programa POLIS de Setúbal (Viver Setúbal).
A área de intervenção do Programa POLIS para a cidade de Setúbal abrange um território com uma área de 70 hectares. Estende-se desde, a nascente, a zona predestinada às actividades mais portuárias, até à interligação da cidade com o Parque Natural da Arrábida, na praia de Albarquel.
Tem como enquadramento envolvente uma região extremamente rica nas dimensões ambiental, urbana e socioeconómica, com grandes tradições históricas e sociais. Apresenta ainda uma área de intervenção com potencialidades excepcionais, encontrando-se num ponto de charneira regional entre territórios com fortes tradições e quotidianos urbanos e sociais, e áreas com uma elevadíssima componente ambiental, quase únicos ao nível do tipo de ecossistema mediterrâneo, que caracteriza de uma forma clara toda região.
Enquadrada ambientalmente pelo estuário do Sado, pela serra da Arrábida e pela Península de Tróia, assume-se como a frente urbana de uma das mais importantes cidades portuguesas, com uma vincada tradição histórica de urbanidade.
Os eixos principais de intervenção são:
· A ligação da cidade ao seu rio;
· A revitalização urbana;
· A valorização ambiental;
· A potenciação das dinâmicas associadas às dimensões da cultura, do lazer, da animação e do turismo;
· O respeito pela tradição portuária e industrial de cidade.
Onde um dos vectores principais de actuação é a interligação da Cidade com o Rio que se traduz na execução dos seguintes projectos:
· Os atravessamentos pedonais, que constituem um elemento fundamental na interligação do núcleo urbano mais histórico da cidade e a sua frente de rio. A acrescentar ainda a ligação pedonal ao Forte de S. Filipe;
· O Parque Urbano, a desenvolver nas actuais instalações do Parque Municipal de Campismo, pretende dotar a cidade de uma nova Área Verde Ribeirinha com 3,5 ha;
· A ligação à Praia de Albarquel, através do denominado Passeio Marítimo de Albarquel constituído por um tabuleiro de 370 m de comprimento;
· A Ciclovia, que se estenderá desde as Fontainhas até às praias da Arrábida, num total de 3,9 km, procura privilegiar a união harmoniosa do homem com a natureza através da utilização de novas formas de mobilidade urbana.
De acordo com o plano previsional de execução, perspectiva-se que as intervenções a realizar no âmbito do POLIS estejam concluídas até finais de 2005.
O POLIS é um programa que consiste em melhorar a qualidade de vida nas cidades através de intervenções nas vertentes urbanística e ambiental, melhorando a atractividade e competitividade de pólos urbanos que têm um papel relevante na estruturação do sistema urbano.