Por causa de um projecto social
LASA e Misericórdia de costas voltadas
O projecto de ampliação dos serviços de saúde e de intervenção social da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal, junto ao Lar Paula Borba, está a causar trocas de palavras azedas entre o presidente da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão (LASA), e o provedor da Santa Casa, Mário Ferro. Em causa estão os protestos tornados públicos, pelo presidente da LASA, Maurício Costa, contra a volumetria do novo edifício.
“Excessiva face à altura do Convento de Jesus e lesiva da imagem do monumento”, é como o presidente da LASA classifica o projecto da Misericórdia previsto para arrancar ainda este ano. O caso veio a lume quando Maurício Costa tomou conhecimento da aprovação do projecto, por parte do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR). Uma aprovação que o deixou “perplexo”, uma vez que “tinha sido acordado não aprovar nada sem elaborar primeiro um Plano de Pormenor”.
Quem não concorda com tal posição é o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Setúbal, Mário Ferro, que não reconhece a Maurício Costa qualquer autoridade para se pronunciar sobre o assunto. Este responsável assegura que o projecto está nos conformes e refere a aprovação do IPPAR como prova, razão pela qual defende que o edifício “em nada vai chocar” com o projecto previsto pela Câmara para a área envolvente ao Convento, da autoria do arquitecto Carrilho da Graça.
E embora admita que o novo edifício terá uma altura de três a quatro pisos, Mário Ferro lembra que a obra ficará situada a mais de cem metros de distância do Convento de Jesus cuja reabilitação, prevista para o início do ano que vem, irá incluir a recuperação das áreas envolventes ao Convento com diversos equipamentos públicos e um espelho de água.
Seja como for, o projecto da Misericórdia está há cerca de dois meses no gabinete da vereadora do Urbanismo, Teresa Almeida – actualmente de férias – à espera de uma deliberação final.
E de acordo com o que o “Setúbal na Rede” apurou junto de fonte da autarquia, poderá mesmo estar prevista para breve uma reunião entre a Câmara e a Santa Casa, no sentido de que uma eventual aprovação passe exactamente por algumas imposições de alteração da volumetria do novo edifício.