Cais do Seixalinho gera polémica
O ministro do Equipamento Social esteve no dia 21 de Janeiro no Montijo para a apresentação oficial da nova estação fluvial e para a assinatura do protocolo com vista à construção da Circular Externa que ficará pronta logo após as obras do terminal. Recebido por um grupo de cidadãos que contesta o novo terminal rodo-fluvial do Seixalinho, o ministro respondeu com a garantia de que a infra-estrutura é mesmo para ir em frente.
Jorge Coelho teve uma recepção inesperada, no Montijo, pois o grupo de cidadãos que se auto-intitula de Plataforma Cívica de Defesa do Cais dos Vapores, recusa a transferência do terminal fluvial do Cais dos Vapores para o Cais do Seixalinho, alegando custos económicos para os utentes, prejuízos ambientais e “interesses urbanísticos”.
Os representantes da Plataforma deram conta das suas preocupações, mas Jorge Coelho garantiu, em declarações aos jornalistas, que o novo terminal “vai ser construído”, uma vez que se trata de uma obra que irá “beneficiar a região”.
De acordo com o ministro, será construída uma estrada com 7,5 quilómetros (Circular Externa) que, segundo defende, “irá retirar o tráfego do centro da cidade”. De acordo com o presidente da Transtejo, Armindo Bento, haverá uma redução no custo dos títulos de transporte combinados (fluvial e rodoviário) na ordem dos três por cento.
A Circular deverá estar pronta em 2004 e representa um investimento público de cerca de três milhões de contos, garantiu a presidente da Câmara do Montijo, Maria Amélia Antunes. A primeira fase deverá estar concluída em Novembro, ao passo que as segunda e terceira fases não têm ainda calendário definido para a conclusão.
Quanto a suspeitas lançadas pelo grupo de cidadãos sobre eventuais “interesse imobiliários” na base da mudança do terminal do Cais dos Vapores para o Cais do Seixalinho, a presidente da Câmara afirmou tratar-se de “um disparate”, uma vez que adiantou, estar fora de questão a alteração do uso do solo daquela zona industrial para zona urbanizada.
Perante receios de falta de segurança no novo terminal, instalado fora do centro da cidade, e do assoreamento do rio na sequência da desactivação do Cais dos Vapores, a autarca garantiu que não são construídos terminais sem condições e que o antigo cais de embarque será reaproveitado como porto de recreio.
Com um custo total de 950 mil contos, o terminal rodo-fluvial do Seixalinho vai dispor de um centro comercial, uma estação de serviço, um restaurante e parqueamento, praça de táxis e cinco paragens de autocarro. Com este novo equipamento, a Transtejo espera reduzir de 30 para 20 minutos a ligação entre o Montijo e Lisboa, a que poderá corresponder um acréscimo de passageiros na ordem dos 50%, uma vez que o novo terminal vai beneficiar as populações do Montijo, Alcochete, Palmela e Moita.