ENTRE LINHAS
por Brissos Lino (dirigente associativo) O que eles querem Os putos saíram à rua para protestar, não tanto contra o ensino, mas contra a falta de educação sexual.
Afinal estamos mesmo em ocasião propícia. É carnaval.
Bem ou mal, o que ressalta dos protestos das centenas de estudantes do ensino básico e secundário que recentemente vieram para a rua, por “coincidência” no dia em que o PCP chamava à Assembleia da República o ministro da Educação, é a questão da educação sexual.
Os putos exigem ser sexualmente educados. Presume-se que não vêm o Big Brother nem os filmes eróticos que a televisão passa todos os dias. Presume-se também que os respectivos papás são incompetentes para os educar nessa área, que é tão importante para o equilíbrio psíquico e físico, como se sabe, quando se tem para aí uns dez anos ou pouco mais…
O problema que apontam é a gravidez das adolescentes. Por isso querem educação sexual. Para que elas aprendam a fazer “aquilo” sem o perigo de engravidarem, pois aí é que está a bronca toda. E também para evitar a propagação da Sida, já se vê.
Os putos querem andar uns com os outros, à maneira, querem curtir e gozar a vida. Cada vez mais cedo. E nós cedemos. Cada vez mais.
Começamos por deixar que andem com quaisquer companhias, desde que não chateiem. Que cheguem a casa às cinco da matina, senão os gajos amuam. Damo-lhes dinheiro suficiente para a mão, todos os fins de semana, porque os nossos filhos têm tanto direito de apanhar um pifo como os amigos deles. Sabemos que fumam às escondidas, mas fingimos que não percebemos. Também não temos grande moral para os proibir. Afinal também somos viciados no tabaco e no álcool.
Os putos têm razão, claro. O povo tem sempre razão, especialmente quando é muito.
Quem nos dera ser putos outra vez. Agora é que isso está a dar.