Vitória empata em Lamas
O Vitória de Setúbal empatou 1-1 com o União de Lamas, em jogo a contar para a vigésima sexta jornada da II Liga, realizada no dia 1 de Abril. Os sadinos foram a equipa mais preponderante durante grande parte do desafio, só na segunda parte o União de Lamas conseguiu dar um ar da sua graça. O Vitória apenas conseguiu empatar a quinze minutos do fim.
Árbitro: José Leirós
Vitória Futebol Clube: Marco Tábuas; Paulo Ferreira; Eliseu; Baresi; Fernando Mendes; Sandro; Hélio (Cap.); Rui Carlos; Marco Ferreira; Meyong; Maki.
Treinador: Jorge Jesus
Alinharam ainda pelo VFC: aos 78 minutos saiu Marco Ferreira e entrou Rogerinho; aos 83 minutos saiu Rui Carlos e entrou Mário Loja; aos 85 minutos saiu Fernando Mendes e entrou Regragui.
Disciplina: amarelos aos 37 minutos para Marco Ferreira e Meyong; aos 45 minutos para Eliseu.
União de Lamas: Mota; Cristiano; Marin; Jorge Silva (Cap.); Ramos; Everton; Toni; Lewis; Adilson; Gama; Frederico.
Treinador: Manuel Correia
Alinharam ainda pelo União de Lamas: ao intervalo saiu Everton e entrou Hugo; aos 47 minutos saiu Mota e entrou Ivo; aos 86 minutos saiu Lewis e entrou Dany.
Disciplina: amarelo aos 45 minutos para Ramos; aos 56 minutos para Gama; aos 60 minutos para Hugo; aos 66 minutos para Toni.
Golos:
1-0 aos 20 minutos por Lewis, que aproveitou uma boa triangulação à entrada da área, para se isolar e ser mais forte do que Baresi, no ombro a ombro, e empurrou por cima de Marco Tábuas para as redes sadinas;
1-1 aos 75 minutos por Maki, que de cabeça aproveitou um excelente cruzamento de Fernando Mendes para empatar a contenda.
As equipas iniciaram o desafio algo nervosas, mas era o Vitória que tinha o domínio territorial do jogo. Os sadinos tinham em Hélio o principal minunciador do jogo ofensivo, através de passos bem medidos. Pelo lado direito do ataque, Marco Ferreira ia aproveitando as veleidades dadas pelo lateral esquerdo do União de Lamas, Marin, para conseguir ir à linha fazer perigosos cruzamentos.
A primeira grande jogada de perigo coube ao Vitória, primeiro por Hélio que rematou para a defesa do guardião Mota e na recarga Meyong quase marcava, não fosse Adilson tirar a bola sobre a linha de golo. O técnico sadino disse que acreditava que se a sua equipa tivesse marcado “primeiro”, tinha ganho com “facilidade”.
Contra a corrente do jogo, na primeira jogada de perigo e única durante a primeira parte do União de Lamas, aos 20 minutos, Lewis aproveitou o menor acerto da defesa sadina, para aparecer diante de Marco Tábuas e fazer-lhe passar a bola por cima, inaugurando assim o marcador. Jorge Jesus que já treinou Lewis, destacou que este sempre que tem uma chance “marca”.
Já antes do golo, viu-se que o perigo para o lado setubalense era a velocidade dos atacantes do União de Lamas, Lewis e Ramos. Com este ultimo a já ter causado embaraços a Eliseu, que era claramente mais lento.
O Vitória após o tento sofrido tentou ser mais pressionante e conseguiu-o, mas sem conseguir traduzir em jogadas de perigo. Os seus lances eram na sua maioria criadas, por um endiabrado Marco Ferreira e na marcação de bolas paradas.
O União de Lamas por seu turno, se já era uma equipa claramente de toada defensiva, após o golo, refugiou-se no seu meio campo e nem sequer o contra ataque lhes saia.
Foi nos minutos finais da primeira parte e nos descontos desta, seis minutos, que o Vitória desenvolveu boas jogadas pelas laterais que resultaram numa série de cantos, mas sem que estes tenham trazido lances de relevante perigo. O treinador do União de Lamas, Manuel Correia, não se inibiu de referir que o Vitória é uma “grande equipa” e que foi a “melhor” equipa que passou em Lamas. O técnico foi ainda mais longe quando referiu que “gostava que o Vitória subisse de divisão”.
Durante o intervalo, o técnico Jorge Jesus optou por não mexer no onze sadino, o que originou que o futebol do Vitória fosse em tudo semelhante ao do primeiro tempo. Procurou e conseguiu jogar pelos flancos, com novamente Marco Ferreira em plano de destaque, ele que até desfrutou de duas situações em boa posição, rematou por alto na primeira e na segunda rematou forte mas á figura do guardião do União de Lamas, Ivo, que substituiu o titular Mota por lesão. Manuel Correia quis publicamente dar os “parabéns” ao guarda-redes que ainda é muito jovem e pode “dar muito” à sua equipa.
Se é verdade que os cruzamentos saiam com alguma facilidade e fluidez, também é verdade, que os homens mais adiantados do Vitória de Setúbal, Meyong e Maki, não são talhados para o jogo aéreo e para este tipo de jogadas, embora o golo do empate tenha surgido num destes lances.
Os homens da casa dispuseram de uma excelente oportunidade de golo, criada por um mau passe de Eliseu, que permitiu a Lewis aparecer isolado frente a Marco Tábuas, com este a tocar na bola “ in-extremis”, quando Lewis se prestava a passar por ele. Jorge Jesus salientou que os avançados do Lamas, Lewis e Ramos causaram “imensa dificuldade”.
Mas foi na insistência dos cruzamentos que os sadinos chegaram ao empate, aos 75 minutos, por Maki que de cabeça aproveitou um excelente cruzamento de Fernando Mendes.
Os setubalenses conseguiram, assim, a 15 minutos do fim materializar em golo a supremacia que revelaram durante todo o encontro, com o períodos de controle absoluto do meio campo. E foi apenas de contra ataque e por erros da defesa sadina, que os homens de Santa Maria de Lamas conseguiram chegar perto da baliza de Marco Tábuas, que esteve alguns prazos de tempo como mero espectador.
Os atletas do Vitória de Setúbal ainda tentaram chegar ao golo que daria os três pontos, mas depois do empate houve uma clara baixa de rendimento e força física. Os sadinos pareceram sofrer do síndroma da missão cumprida.
Mas o “mais importante” foi não perder e assim “manter” o terceiro lugar, segundo as palavras de Jorge Jesus.
Já no sétimo e ultimo minuto das compensações, o União de Lamas poderia ter marcado, mas Marco Tábuas saiu de forma expedita, ao rapidíssimo Ramos, que ainda ficou com a posse de bola, mas desnorteado rematou para for. Pelo que ambas as equipas fizeram seria uma “injustiça”, como ambos os técnicos realçaram.
O destaque no Vitória de Setúbal:
Marco Ferreira, um primeiro tempo de luxo do extremo direito sadino, força, velocidade e técnica para dar e vender, e assim dar inúmeras dores de cabeça ao lado esquerdo do União de Lamas. Na segunda parte já não foi tão influente e acabou por ser substituído, sem que antes tenha efectuado dois remates perigosos.
Hélio, o capitão e ‘patrão’ desta equipa, é sem dúvida um jogador acima da média, com uma cultura táctica e uma capacidade de passe de outros campeonatos. Muito bem a defender e a ocupar os espaços vazios, no passe longo tornou o difícil em fácil.