[ Dia 09-04-2001 ] – Duas penalidades dão o empate aos sadinos.

0
Rate this post

Duas penalidades dão o empate aos sadinos

O Vitória de Setúbal empatou 2-2 com o Nacional, em jogo a contar para a vigésima sétima jornada da II Liga, realizada no dia 8  de Abril. Os sadinos, com uma primeira parte muito pobre, só na segunda parte e quando estavam a perder por 0-2, conseguiram empatar o desafio, já sobre o apito final. Os dois tentos sadinos foram na marcação de grandes penalidades convertidas por Fernando Mendes.

Árbitro: Duarte Gomes

Vitória Futebol Clube: Marco Tábuas; Paulo Ferreira; Eliseu; Baresi; Fernando Mendes; Sandro; Hélio (Cap.); Rui Carlos; Artur Jorge Vicente; Meyong; Maki.

Treinador: Jorge Jesus

Alinharam ainda pelo VFC: aos 69 minutos saíram Sandro e Artur Jorge Vicente e entraram João Paulo e Regragui; aos 82 minutos saiu Rui Carlos e entrou Costa.

Disciplina: amarelos aos 21 minutos para Artur Jorge Vicente;

Nacional: Ferreira; Fidalgo; Pedro Ferreira; Ivo (Cap.); Valente; Fabrício; Herivelto; Ico; Luís Loureiro; Yriate; Hugo Freire.   

Treinador: José Peseiro

Alinharam ainda pelo Nacional: aos 61 minutos saiu Ivo e entrou Cleomir; aos 75 minutos saiu Herivelto e entrou Joãozinho. 

Disciplina: amarelo aos 25 minutos para Fidalgo; aos 44 minutos para Ferreira; aos 76 minutos para Hugo Freire; aos 89 minutos para Joãozinho; aos 90 minutos para Yriarte; vermelho aos 73 minutos para Fidalgo por acumulação de amarelos.

Golos:

0-1 aos 40 minutos por Hugo Freire, na marcação de um canto directo com Marco Tábuas a ter culpas no tento sofrido; 

0-2 aos 64 minutos por Herivelto, que aproveitou um mau passe de Paulo Ferreira, para aparecer isolado e frente a Marco Tábuas, não teve dificuldades em marcar;

1-2 aos 74 minutos por Fernando Mendes, na marcação de uma grande penalidade;

2-2 aos 90 minutos por Fernando Mendes, novamente marcação de uma grande penalidade.

  O Vitória de Setúbal e o Nacional, dois dos fortes candidatos à subida de divisão, proporcionaram uma péssima primeira parte da partida. Fez lembrar os jogos de pré-temporada, nos quais os atletas andam à procura de apurar a forma física e o ritmo competitivo. Foi um período do jogo quase sem história para contar. Face ao que têm sido os jogos em casa, o técnico sadino, Jorge Jesus, estranhou que a sua equipa tivesse entrado “nervosa”.

A provar isso mesmo foi o primeiro remate à baliza por Luís Loureiro do Nacional, aos 23 minutos, a mais de 35 metros da baliza. O remate teve o condão de acordar um pouco os setubalenses, que na resposta fizeram a sua primeira jogada com pés e cabeça, embora não tenha causado apuros de maior para a defesa madeirense.

O árbitro e o auxiliar que acompanharam o ataque sadino, estavam a ser bastante contestados pela massa associativa da casa. Contestação essa que aumentou, quando o árbitro da partida, Duarte Gomes, deixou passar em claro uma grande penalidade contra os forasteiros, por carga de Yriarte a Maki.

O jogo continuava muito pobre, com ambas as equipas a não terem um ‘fio’ de jogo. Os ataques praticamente não existiam, devido à falta de profundidade e apoio entre os sectores. Este futebol era o ideal para o Nacional que estava a jogar fora de casa e para quem o empate era um bom resultado.

O primeiro golo da partida surgiu aos quarenta minutos, como não poderia deixar de ser, num lance que podemos chamar de acidental por Hugo Freire, na marcação de um pontapé de canto directo. Pareceu-nos que o guardião sadino, Marco Tábuas, pensou que a bola iria sair por cima da barra. Jorge Jesus não teve dúvidas ao afirmar que este golo teve “influência” no desenrolar do desafio.

No segundo tempo os sadinos entraram com vontade de alterar o rumo dos acontecimentos. Sandro, num lance bem construído pelos vitorianos, falhou escandalosamente uma recarga a três metros da baliza, com esta deserta. O treinador do Nacional não hesitou em considerar a segunda parte muito mais “emotiva”.

O Nacional soube aproveitar o adiantamento da equipa de Setúbal para desferir perigosos contra-ataques. Num desses lances chegou ao dois a zero, quando Herivelto, ex-Vitória, aproveitou um mau passe de Paulo Ferreira, para se isolar e  não desperdiçou a ‘oferta’.

O Vitória de Setúbal reagiu e do banco de suplentes Jorge Jesus não hesitou e lançou João Paulo e Regragui. Estes dois jogadores vieram dar uma nova alma e alento aos sadinos. O contributo deste jogadores foi fundamental para estragar a “surpresa” que José Peseiro julgou ser possível.

Mas poderiam ter sido os madeirenses a arrumar a contenda, quando Ico apareceu frente a Marco Tábuas. Valeu aos sadinos o menor acerto do homem do Funchal que rematou às malhas laterais.

O jogo parecia irremediavelmente perdido mas os sadinos não baixaram os braços, e até ao final encostaram a equipa do Nacional no seu meio-campo. O Nacional no minuto setenta e três, viu ser-lhe marcada uma penalidade e o homem que a cometeu ser expulso por acumulação de amarelos. Fernando Mendes converteu o castigo máximo e fez renascer a esperança na sua massa associativa.

O Nacional com menos um elemento, passou a ser uma equipa que apenas se preocupava em defender. José Peseiro reconheceu que a expulsão condicionou o “contra-ataque e a agressividade” da sua equipa.

O Vitória apenas conseguiu chegar ao empate, já muito perto do apito final, novamente na conversão de uma grande penalidade por Fernando Mendes, que passou assim a ser o melhor marcador sadino com oito golos.

O empate poderia ter ocorrido mais cedo, não fosse uma inexplicável decisão do árbitro auxiliar que anulou o golo – que bonito golo seria aquele pontapé de bicicleta de João Paulo – por um fora de jogo inexistente.

O Vitória de Setubal, com este empate, saiu dos lugares de promoção e passou a “depender de outros”, como  salientou o treinador Jorge Jesus. Este ainda teve o curioso desabafo “tá tudo à molhada”, ao referir-se aos candidatos à subida e à diferença pontual existente entre estes.

O destaque no Vitória de Setúbal:

João Paulo, depois de longa ausência por lesão regressou aos relvados em boa altura para os sadinos, entrou na segunda parte quando o Vitória já perdia por duas bolas. Teve o mérito de arrancar as duas grandes penalidades que deram o empate. Ainda viu um golo ser-lhe mal anulado por fora-de-jogo.

Fernando Mendes, que tal e qual o resto da sua equipa esteve num dia menos bom, mas quando chamado à responsabilidade de marcar as duas grandes penalidades, teve o sangue frio para, com muita calma e classe, não desperdiçar os ensejos.