Comandante dos sapadores
ilibado de morte por negligência
O comandante dos bombeiros sapadores de Setúbal, Rafael Rodrigues, foi ilibado da acusação feita por um membro da companhia que o responsabilizava pela morte de uma pessoa, em Dezembro do ano passado, por insuficiência dos meios de socorro. A comissão de inquérito da Câmara rejeitou esta queixa, assim como as denúncias feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) de gestão irregular da corporação pelo comandante, mas responsabilizou a autarquia por alguns problemas detectados.
O sub-chefe Fernando Pratas, que é também delegado do STAL, acusou o comandante dos sapadores de ter comprometido a assistência a uma vítima de ataque cardíaco que chegou morta ao hospital de Setúbal. Fernando Pratas sustenta que as ordens do comandante para reduzir a tripulação da ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) podem ter impedido o salvamento. “Enquanto um bombeiro fazia massagem cardíaca e o outro insuflação, não havia quem conduzisse a ambulância”, pelo que garante ter faltado “o terceiro elemento que o INEM exige”.
Por seu lado, o comandante Rafael Rodrigues argumenta que as ambulâncias do INEM podem funcionar apenas com dois elementos e que existem técnicas especificas para que a reanimação possa ser feita apenas por um bombeiro. Rafael Rodrigues considera que “as acusações já ultrapassaram todos os limites do bom senso” e vai iniciar um processo judicial contra o delegado por injúria e difamação.
O conflito entre o STAL e o comandante dos bombeiros sapadores dura há mais de um ano e agravou-se em Dezembro do ano passado, quando a estrutura sindical exigiu o afastamento de Rafael Rodrigues num abaixo-assinado subscrito por mais de metade dos elementos da companhia.
De referir que o STAL acusou o comandante de incompetência, gestão financeira irregular, uso pessoal dos meios da corporação e favorecimento de particulares na reparação e manutenção de equipamento, o que motivou a criação de uma comissão de inquérito, no final de Fevereiro deste ano, para apurar a veracidade das queixas.
O relatório da comissão de inquérito, constituída por três vereadores do PS, CDU e PSD, já foi entregue ao presidente da Câmara e deverá ser apresentado oficialmente esta terça feira (24 de Abril). 