[ Dia 10-12-2001 ] – Metro Sul do Tejo reúne Oposição em Almada contra o traçado.

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Metro Sul do Tejo 
reúne oposição em Almada contra o traçado

O projecto para a construção do metro de superfície, em Almada, tem sido um dos temas fortes da campanha eleitoral para as autárquicas. Todos os candidatos à Câmara Municipal, à excepção da actual autarca e candidata da CDU, contestam o atravessamento das principais avenidas do concelho pelos carris do novo meio de transporte público.

À medida que se aproxima a decisão final do governo sobre o consórcio vencedor do concurso público para a construção do Metro Sul do Tejo, prevista para o fim do mês, sobem de tom as críticas ao projecto, em plena campanha eleitoral para as autárquicas. A actual autarca e recandidata ao cargo surge cada vez mais sozinha a defender o Metro Sul do Tejo (MST) como forma de resolver o problema do trânsito no concelho e para devolver o centro comercial de Almada aos peões.

A menos de uma semana da ida às urnas o candidato do Partido Socialista tornou pública a contestação ao traçado. Num comunicado aos eleitores, deixado nas caixas de correio, Ruben Raposo defende que o metro seja subterrâneo no atravessamento de Almada. O candidato socialista argumenta que “hoje já é difícil circular ou mesmo estacionar sem o eixo central ocupado, quanto mais com ele ocupado”. Conclui Ruben Raposo que “com esse traçado, à superfície pelo centro da via, circular em Almada seria um caos ainda maior”. O candidato  do PS à autarquia almadense considera que “muito se tem falado mas provavelmente não se tem reflectido tanto quanto seria necessário sobre o assunto” e garante “nada é irreversível”, por isso promete, se for eleito no dia 16, alterar o traçado do projecto, passando o metro de superfície a subterrâneo entre o Largo de Cacilhas e o Centro Sul.

Sem fazer promessas aos eleitores o Bloco de Esquerda, que já realizou um debate sobre o MST entre as actividades de campanha eleitoral, defende “uma consulta aos cidadãos” sobre o projecto e o traçado. A candidatura de Manuela Tavares encontrou a população de Almada pouco esclarecida e pouco informada sobre os prós e os contras do metro de superfície.

O candidato do PSD, José Nascimento, assim como o do PP, Narana Coissoró, criticaram também, em diversas ocasiões o atravessamento de Almada pelos carris do novo meio de transporte público.

A unanimidade entre os candidatos autárquicos, à excepção da actual autarca comunista, nas críticas ao projecto do MST veio reforçar o Movimento de Cidadãos que, desde que o anteprojecto foi apresentado, tem feito vários alertas para as implicações do traçado na vida dos almadenses. Baptizado agora de “MST não cortes almada ao meio” este grupo de almadenses alerta, num comunicado distribuído à população, para aquilo que descrevem como “um cenário absurdo e delirante” que vai acontecer nas principais avenidas de Almada, já a partir do próximo ano. Os promotores destas críticas ao MST comparam o projecto com a ideia de pôr “os comboios a circular em cima das principais estradas do país”. O Movimento de Cidadãos exorta os eleitores a não ficarem a assistir a “esse crime de braços cruzados”. Apelando ao protesto enérgico dos almadenses, o grupo reunido sob o lema “MST não cortes Almada ao meio” lembra que a ultima palavra sobre o assunto será dada no próximo dia 16.     seta-8515155