Pousada de Santiago do Cacém fechou portas
A Pousada do Castelo de Santiago do Cacém está de portas fechadas e os trabalhadores mantêm-se em casa à espera de uma decisão da Empresa Nacional de Turismo (Enatur), ao abrigo do plano de reestruturação para as pousadas regionais. O objectivo é vender a pousada a privados, mas o arrastamento do caso começa a preocupar dirigentes sindicais e a Câmara Municipal.
Ao abrigo do processo de reestruturação das pousadas regionais, a Enatur pretende passar a Pousada de Santiago do Cacém para as mãos de privados, neste caso a Citur, que entretanto já entabulou conversações com a Câmara Municipal para saber “até que ponto pode ir” no desenvolvimento daquele complexo turístico. Vítor Proença, o novo presidente da autarquia santiaguense mostra-se receoso quanto ao futuro daquele pólo turístico mas assegurou ao “Setúbal na Rede” que nunca permitirá “seja o que for, para além da unidade hoteleira existente”. Ou seja, o autarca comunista foi peremptório com os representantes da empresa interessada no negócio ao afirmar que “a Câmara não via autorizar qualquer nova edificação nem sequer alterações ao uso do edifício”.
Vítor Proença confessa-se “bastante preocupado” com o arrastamento deste processo de que diz desconhecer novos desenvolvimentos e avança mesmo com “prejuízos para o turismo local”, decorrentes do encerramento daquela unidade hoteleira, uma vez que “Santiago do Cacém ficou sem a única unidade do género que tinha”. O autarca recorda que aquele era considerado um dos mais importantes pólos de desenvolvimento turístico local, tendo em conta a qualidade aferida pela classificação de “uma das primeiras e melhores unidades do circuito das pousadas regionais”.
Uma outra preocupação do edil santiaguense está no “desinvestimento” que tem vindo a ser feito naquela pousada, “o que faz com que se receie pela qualificação do edifício e pela segurança do muro, cuja degradação é enorme”. Já quanto à situação dos trabalhadores, forçados a irem para casa “com os ordenados por inteiro”, o Sindicato de Hotelaria e Turismo não se mostra muito satisfeito uma vez que “o futuro continua por definir e as pessoas não sabem se vão manter os postos de trabalho”, garantiu ao “Setúbal na Rede” o dirigente sindical Joaquim Pires.
O que o sindicato exige é “uma solução que contemple os direitos dos trabalhadores”, nomeadamente no que diz respeito à garantia dos postos de trabalho, aos seguros, prémios e complementos de reforma. Contudo, receia que estes direitos possam “ser postos em causa” com uma eventual passagem da unidade para as mãos de privados. Como até agora o sindicato não obteve resposta da Enatur, relativamente aos trabalhadores da Pousada de Santiago do Cacém e de outras pousadas do país em iguais circunstâncias, a Federação de Sindicatos de Hotelaria e Turismo (FESHOT) marcou para o próximo dia 13 uma manifestação, em Lisboa, frente à sede da Enatur.