Sadinos arrancam primeira vitória fora de portas
Um triunfo setubalense que tem tanto de justo como de importante, permitiu aos sadinos darem um salto posicional na tabela classificativa e saírem da linha de água. O contentamento das hostes sadinas e dos adeptos que se deslocou em grande número a Vidal Pinheiro, foram sinónimo disso mesmo. Um golo aos nove minutos e uma estóica defensiva nos períodos de maior caudal ofensivo salgueirista, garantiram os três pontos. O Vitória foi claramente superior e poderia nos minutos finais ter dilatado o resultado final que ficou nas duas bolas a zero.
Árbitro: José Pratas
Vitória Futebol Clube: Bossio; Paulo Ferreira; Hugo Costa; Eliseu; Rui André; Costa; Hélio (Cap.); Ico; Meyong; Jorginho; Hugo Henrique.
Treinador: Luís Campos
Alinharam ainda pelo VFC: aos 61 minutos saiu Hélio e entrou Sandro; aos 70 minutos saiu Meyong e entrou Marco Ferreira; aos 82 minutos saiu Hugo Henrique e entrou Rui Miguel.
Disciplina: amarelo aos 63 minutos para Rui André; aos 83 minutos para Bossio.
Salgueiros: Ivo; Budunha; Ricardo; Emerson; Basílio; Rui Ferreira; Masi; João Pedro (Cap.); Delson; Litera; Toy.
Treinador: Carlos Manuel
Alinharam ainda pelo Salgueiros: ao intervalo saiu Budunha e entrou Issuf; aos 60 minutos saiu Rui Ferreira e entrou Caló.
Disciplina: amarelo aos 52 minutos para Ricardo.
Golos:
0-1 aos 9 minutos por Ico, que rematou de primeira para fazer um bonito golo a passe de Meyong pela esquerda;
0-2 aos 74 minutos por Jorginho. Grande jogada de Marco Ferreira pela direita que cruzou para Jorginho, que apenas teve que encostar o pé.
O desafio perspectivava-se difícil para os sadinos, visto estar a jogar num campo muito complicado que é o de Paranhos. Quer pelas reduzidas dimensões, quer pelo estado do relvado, pese embora não estar tão mau quanto se esperava. O Salgueiros também não podia facilitar pois luta por não descer de divisão e os sadinos são um adversário directo nessa batalha.
O Vitória de Setúbal começou bem, aliás o que tem acontecido em diversas partidas. Com um meio-campo composto por três homens, Costa, Hélio e Ico, com este último mais adiantado, os setubalenses tentaram controlar a iniciativa de jogo.
Com apenas nove minutos decorridos e na primeira ocasião junto das balizas, Meyong trabalhou na esquerda e passou para Ico, que vindo detrás, e já dentro da área salgueirista, rematou acrobaticamente para um bonito tento.
O Salgueiros reagiu e começou a lateralizar o seu jogo com sucesso. Esse sucesso passou por os sadinos terem os seus médios muito no centro.. Jorginho e Meyong que tinham a tarefa de auxiliar os seus laterais, sentiam dificuldades em virtude de uma falta de apetência para esse desempenho.
A insistência dos homens de Vidal Pinheiro por umas laterais sadinas permissivas, criou algumas situações de apuros junto da baliza de Bossio. A melhor situação foi aos dezasseis minutos quando Masi apareceu solto na pequena área vitoriana. Valeu o desacerto na cabeçada que levou a bola a embater na perna do guardião sadino, que parecia estar irremediavelmente batido.
O Salgueiros insistiu e nem as veleidades da defesa sadina serviu para que estes fossem menos cerimoniosos. Foi por culpa própria que não conseguiram chegar ao empate na primeira parte. No entanto o treinador dos homens da casa, Carlos Manuel, mostrou-se agradado com a primeira parte da sua equipa que considerou “muito boa”.
O Vitória no contra-ataque e aproveitando o balanceamento adversário, teve algumas situações de vantagem numérica de que não soube tirar partido. A aposta na saída era, essencialmente, pela direita onde se encontrava Meyong, que não conseguiu efectuar o último passe nas melhores condições para os seus colegas, que eram invariavelmente Jorginho e Hugo Henrique.
No inicio do segundo tempo, os homens de Paranhos entraram a todo o gás e continuaram a apostar na linhas. Carlos Manuel subiu mais os seus laterais e passou a circular a bola mais rapidamente. Os sadinos passaram os primeiros minutos do segundo tempo a correr atrás da bola.
A dificuldade em parar o ímpeto nortenho, obrigou os sadinos a recorrerem à falta muito próximo da área. Bossio foi revelando-se atento nestas situações e com os punhos lá foi resolvendo a maioria dos cruzamentos.
Lúis Campo não perdeu muito tempo em alterar a sua equipa e refrescou o meio-campo. Aos 61 minutos saiu Hélio e entrou Sandro, que mais fresco e forte fisicamente tentou fortalecer o miolo do campo e a intermediária da sua área.
O ataque sadino era mais esporádico mas continuou a levar perigo. Estando o ponta-de-lança Hugo Henrique a passar um bom momento e podia ter marcado os bons ensejos que teve. Os seus remates saiam constantemente à figura do guarda-redes Ivo. Hugo Henrique a precisar de marcar um golo para voltar aos índices de confiança e concretização que revelou no primeiro terço do campeonato.
Quem não desperdiçou uma magnífica jogada, pela direita, do recém-entrado Marco Ferreira foi Jorginho, que apenas teve que encostar o pé à assistência de morte de Marco Ferreira, que correu mais de 40 metros com a bola. Aos 74 minutos os sadinos conseguiram sentenciar o jogo e obter um muito importante, e primeiro, triunfo fora de portas. Para Carlos Manuel a sua equipa a partir deste momento “animicamente caiu”.
Até ao final da partida só deu Vitória de Setúbal e poderiam ter dilatado o marcador, o que seria injusto para os homens salgueiristas. No entanto os sadinos foram os mais objectivos e revelaram ser uma equipa superior tecnicamente.
No final Luís Campos disse que o principal “foi ter ganho” e que o principal trabalho é de “nível psicológico”. Salientou ainda que este triunfo não significa nada e que os “parabéns só quando alcançarmos os objectivos”, que é a manutenção na I Liga.
O destaque no Vitória de Setúbal:
Ico, que marcou um excelente golo e conseguiu impor uma certa dinâmica no meio-campo. Batalhou até ao fim e revelou uma boa condição física. No entanto, os sadinos estiveram todos praticamente ao mesmo nível sem que um atleta tivesse sobressaído de forma evidente.