JCP em protesto contra o fim do crédito bonificado
“Uma maior responsabilização do Estado” nos problemas que afectam os jovens na compra e arrendamento de habitação própria é o que a Juventude Comunista Portuguesa (JCP) exige do governo, segundo Pedro Silva, dirigente nacional deste movimento. Os jovens comunistas estão a realizar várias formas de protesto contra o poder central, a nível nacional, para que o governo revogue a medida que extingue o crédito bonificado.
A manifestação organizada hoje (29 de Maio) frente ao Governo Civil de Setúbal, é “um acto simbólico” e insere-se numa “linha de trabalho que está a ser levada a cabo a nível nacional” pela JCP, afirma Pedro Silva. Este protesto tinha como objectivo principal angariar assinaturas para uma petição, organizada pelos jovens comunistas e que será entregue dentro em breve ao Presidente da República, Primeiro-ministro e à Assembleia da República e exige que o governo retome o crédito bonificado. Esta recolha de assinaturas está ainda a decorrer e segundo o dirigente da JCP, “está a ter uma adesão que excede todas as expectativas”.
Com o fim do crédito bonificado “tornou-se impossível” a aquisição de habitação própria para a maioria dos jovens portugueses, diz Pedro Silva, ao referir que hoje em dia, com o mercado da habitação “a subir o nível da especulação imobiliária”, é “praticamente insustentável” comprar casa. Outra das reivindicações feitas pela JCP é uma maior divulgação do Incentivo ao Arrendamento Jovem (IAJ). Este incentivo prestado pelo Estado aos jovens que optam por arrendar casa, “não está a ser suficientemente divulgado” e é atribuído somente a quem preencher uma série de pré-requisitos que “muitas da vezes são desajustados face à realidade dos jovens portugueses”, refere Pedro Silva.
“Preocupante” é também a situação da “precariedade de emprego que afecta a esmagadora maioria dos jovens trabalhadores”, acrescenta Pedro Silva. De acordo com o dirigente, é “extremamente complicado para um jovem em início de carreira conseguir alcançar a sua independência e sair de casa dos pais”, pois muitas vezes “têm contratos de trabalho a termo certo ou estão a ‘recibos verdes’”, o que faz com que não tenham garantias de autonomia económica.
No final deste protesto, os dirigentes da JCP, foram recebidos pela Governadora Civil que se mostrou “disponível para ouvir”, sem, no entanto, tomar qualquer partido face à decisão do governo, que torna “difícil de concretizar o anseio de toda a juventude: comprar casa”, salienta Pedro Silva.