Trabalhadoras da Vestus ‘baixam os braços’
As 414 trabalhadoras da Vestus, uma fábrica de têxteis instalada em Santa Marta de Corroios, no Seixal, decidiram aceitar a proposta da administração e rescindir os contratos de trabalho. A decisão saiu do plenário realizado esta manhã e assenta na convicção de que “pouco mais há a fazer” perante um cenário de falência, diz a sindicalista Josélia Xavier.
As funcionárias não tem trabalho há mais de um mês e “não podem continuar assim por muito mais tempo”, argumentou ao “Setúbal na Rede” a dirigente do Sindicato dos Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Sul, Josélia Xavier. Uma situação que é tanto mais incomportável quanto “as pessoas estão sem receber ordenado desde Abril”, sustenta a sindicalista ao assegurar que “não pode sustentar-se as famílias com promessas”.
Os problemas começaram em Março, quando a administração da empresa de origem holandesa e sueca anunciou ao trabalhadores que as quebras nas encomendas iriam levar ao encerramento da fábrica,
“não havendo, na altura, dinheiro para pagar as respectivas indemnizações” , recorda Josélia Xavier. Cerca de três meses depois, com manifestações, concentrações e reuniões com o Governo pelo meio, as trabalhadores da Vestus resolvem ‘baixar os braços’ e ceder às propostas da administração. “O que está proposto é a rescisão dos contratos e o pagamento de 50% das indemnizações no espaço de um ano”, diz a sindicalista e dirigente da Comissão de Trabalhadores. “Não há outra hipótese senão ir para o desemprego”, refere, desanimada, uma vez que acredita “não haver já colocação para estas pessoas no mercado de trabalho”, tendo em conta, nomeadamente, o facto de serem mulheres com baixos níveis de escolaridade e com idades superiores a 40 anos.